Fala e escrita: uma reflexão da produção textual

2625 palavras 11 páginas
Fala e escrita: uma reflexão da produção textual

Athauyara Lopes Valença De Melo

Resumo: O ensino tradicional centraliza suas atenções na modalidade escrita, marcada pela norma culta da língua. A língua falada, a partir do advento da Lingüística, está gradativamente conseguindo o seu lugar no processo de ensino e de aprendizagem. Assim, os traços da fala nos textos escritos dos alunos, principalmente aqueles dos primeiros anos do ensino fundamental, precisam ser encarados como parte de um processo que exige do professor conhecimento e reflexões lingüísticas. Palavras-chaves: Fala. Escrita. Produção textual.

1 Introdução

A oralidade é a forma mais criativa e natural de mantermos a comunicação social, não
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Como os nossos alunos, ao chegar à escola, já apresentam o domínio da linguagem falada característica de seu contexto e de sua história, para se trabalhar com textos escritos não se pode tratar as relações entre fala e escrita de maneira cristalizada e dicotômica, posto que tais relações se realizam “dentro de um quadro mais amplo no contexto das práticas comunicativas e dos gêneros textuais” (MARCUSCHI, 2001, p. 09).
Assim, conforme apresenta Marcuschi (2001), tínhamos as duas representações da língua em dicotomias estritas em que a fala é não-planejada, imprecisa, não-normatizada, fragmentária, redundante e contextualizada; a escrita, por sua vez, é considerada descontextualizada, autônoma, condensada, planejada, precisa, normatizada, completa. Como diz o autor, essa perspectiva oferece um modelo muito difundido nos manuais escolares e ainda presente nas práticas docentes.
Para a maioria dos alunos, o primeiro contato mais aprofundado com a língua escrita é na escola, ou seja, algo distinto do que ele ouve ou vê em seu âmbito familiar, como também social. Essa naturalidade da fala é comprometida quando ele chega aos bancos escolares, principalmente quando se parte do princípio de que a fala deve ser influência direta da escrita. Então, ele pensa que não “sabe” a língua, quando, na verdade, ele

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