Fichamento do livro arquétipos literários - meletinski

4819 palavras 20 páginas
MELETINSKI, E. M. “As transformações dos arquétipos na literatura russa clássica: cosmo e caos, herói e anti-herói.” In: Os Arquétipos Literários. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.

A literatura clássica russa constitui-se no século XIX e para a literatura do século XIX ela é a mais representativa. Dessa forma, também o destino dos arquétipos literários no século XIX pode ser desvelado nos textos da literatura russa, tanto mais que os próprios escritores russos, via de regra, tem a preocupação de abarcar os problemas ligados à concepção do mundo, de modo muito mais amplo do que seus colegas da Europa Ocidental, numa abrangência comparável à dimensão mitológica dos arquétipos. [Pagina 171]

O fundador universalmente reconhecido
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[Pagina 177]

Em diferentes obras de Gogol todo esse arcaico se apresenta no nível do enredo, e apenas alguns motivos mitológicos no nível estilístico; [...]. [Pagina 177]

Mais próxima de nossos objetivos está a colocação do problema por M. M. Bakhtin sobre a “carnavalização” que aproxima neste aspecto Gogol e F. Rabelais, e também a discussão desse problema na Poética de Gogol de I. V.Mann. [Pagina 178]

I.V. Mann limita com justeza o campo da “carnavalização” em Gogol, apontando traços dissonantes que contradizem com a carnavalização total, tais como os motivos do automatismo e do amortecimento que irrompem na atmosfera da alegrai generalizada, da glutonaria, da união coletiva das pessoas na festa e na dança, bem como a quase carnavalização das forças irreais do mal, como a irreversibilidade e a invencibilidade da morte. [Pagina 178]

Em tempo de festa admiti-se a transgressão de algumas normais sociais, uma espécie de caos social que pode ser imaginado muitas vezes como a repetição do caos original, anterior a criação e a “cosmicização” [...]. [Pagina 179]

Antes de passarmos para a análise concreta dos arquétipos gogolianos, é preciso advertir ainda que as associações rituais e mitológicas, em Gogol, são apresentadas com um humor que remonta em parte ao próprio aproveitamento do gênero folclórico [...] e em parte à ironia romântica universal. [ Pagina 179]

A ação na

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