Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismo e antirracismos no Brasil

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Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismo e antirracismos no Brasil
D’ADESKY, Jacques. Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismo e antirracismos no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2001, pp. 65-74. “Os graves desequilíbrios sociais e econômicos que atingem grande, parte da população brasileira caracterizam uma profunda desigualdade, além de uma concentração de riqueza e de poder nas mãos de uma minoria privilegiada” (p. 65).
“A atual democracia brasileira não possa ser isenta de injustiças e de problemas sociais, os princípios constitucionais de dignidade humana e de igualdade independente de sexo, raça e religião não encontram eco político suficiente para estabelecer um verdadeiro acordo recíproco de igualdade entre os
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Ela constitui apenas a resultante demográfica de uma relação de dominação e exploração que dissemina o preconceito racial em decorrência do qual as mulheres de cor procuram unir-se, de preferência, a parceiros mais brancos que elas. Tal processo de laminagem do estoque étnico negro, ressalta ele, exercerá efeitos cumulativos que provocarão, de geração em geração, o decréscimo natural da população negra” (p. 68).
“Concorda-se que tais consequências não estavam longe da tese de branqueamento baseada na ideia de que se poderia chegará “raça pura” (branca) por meio da miscigenação seletiva [...], a partir da seleção natural e social, da eliminação dos caracteres negros dos mestiços após algumas gerações e o progressivo desaparecimento da população negra” (p. 69).
“O ideal do branqueamento, que se apresenta por meio da miscigenação como um anti-racismo, revela na realidade um racismo profundamente heterófobo em relação ao negro” (p. 69).
“A indiferenciação racial através da mistura sistemática que privilegia o tipo branco e, secundariamente, o tipo moreno mestiço, torna-se, para o negro, exigência de despertencimento, dever de ruptura, idealização de abertura. Em suma, a mestiçagem, que aparentemente aproxima e une, vem ferir o individuo negro que não corresponde ao tipo ideal, o qual, despido de semelhanças, supõe a exclusão e a denegação da identidade” (p. 69).
“O negro enquanto negro é vítima dessa opressão. Para além das nuanças da pele, ele tem poucas saídas,

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