Avaliação morfofuncional do auto-implante ovariano no retroperitônio

Enviado por Andy Petroianu


ALBERTI LR; VASCONCELLOS LS; PETROIANU A & NUNES MB. Avaliação morfofuncional do auto-implante ovariano no retroperitônio Medicina, Ribeirão Preto, 35: 30-35, jan./mar. 2002.

RESUMO

Introdução: Em muitos procedimentos pélvicos e abdominais, a ooforectomia bilateral se impõe, porém suas complicações sistêmicas, como insuficiências hormonais, po- dem ser de difícil controle.

Objetivo: Visando a preservação da função gonadal, em casos de ooforectomia, avaliaram-se aspectos funcionais e histológicos de tecido ovariano auto-implantado, em posição heterotópica.

Material e Métodos: Foram selecionadas 36 ratas Wistar, com ciclos estrais, normais, divi- didas aleatoriamente em quatro grupos (n=9): G1 . controle- submetido a laparotomia, sem procedimento cirúrgico adicional; G2- ooforectomia bilateral; G3- os ovários retirados foram im- plantados integralmente no retroperitônio; G4- os ovários retirados foram fatiados e também implantados no retroperitônio. Nos 3o e 6o meses pós-operatórios, realizaram-se esfregaços vaginais e estudos histológicos dos implantes ovarianos.

Resultados: Os animais do grupo G1 tiveram seus ciclos normalmente. As ratas dos grupos G2 permaneceram durante todo o período em diestro. No grupo G3, no sexto mês, duas ratas tiveram ciclos completos, compatíveis com a fase estral; três animais apresentaram ciclos irre- gulares e os restantes permaneceram em diestro. No grupo G4, no sexto mês pós-operatório, três ratas apresentaram ciclos incompletos, cinco ratas apresentaram ciclos estrais completos, e apenas uma permaneceu fixa em diestro. O estudo anatomopatológico confirmou viabilidade ovariana em ambos os grupos de auto-implante (G3 e G4) com melhores resultados para o G4.

Conclusões: O auto-implante ovariano no retroperitônio, na forma fatiada, apresentou me- lhor preservação morfofuncional do que a do íntegro.

UNITERMOS: Ovário. Transplante. Esfregaço Vaginal. Ovariectomia. Rata.

ALBERTI LR; VASCONCELLOS LS; PETROIANU A & NUNES MB. Morphofunction assessment of ovarian autotransplantation in the retroperitoneum. Medicina, Ribeirão Preto, 35: 30-35, jan./march 2002.

ABSTRACT

Introduction: Oophorectomy is required in many pelvic and abdominal procedures. The endocrine disturbances may be followed by severe systemic complications.

Objective: In order to maintain the ovarian function after oophorectomy, the present study assessed ovarian autotransplantation in the retroperitoneum.

Material and Methods: Thirty-six cycling female Wistar rats were randomly divided into four groups: G1 (control) - sham operation; G2 - bilateral oophorectomy; G3 - bilateral oophorectomy and integre ovarium autotransplantation in the retroperitoneum; G4 - bilateral oophorectomy followed by sliced ovarium autotransplantation in the retroperitoneum. The estrous cycle was investigated in the third and sixth months. Hystologic studies of the ovaries were carried out.

Results: The animals of group G1 preserved the cycling sequence. The rats of group G2 remained in diestrus. In group G3, the vaginal smear of two rats showed pattern of estrus, three showed irregular cycles, and the other animals remained in diestrus. In group G4, the rats showed irregular cycles, five presented normal cycle sequence and only one rat remained in diestrous.

The histology indicated ovarian viability in Groups 3 and 4, and better aspect in Group 4.

Conclusions: Sliced ovarian autotransplantation in the retroperitoneum showed better morphofunction preservation.

UNITERMS: Ovary. Transplantation. Vaginal Smears. Ovariectomy. Rat.

1. INTRODUÇÃO

A irradiação pélvica e a quimioterapia, notadamente na doença de Hodgkin, além de outras neoplasias malignas, tais como as leucemias na infância, resultam em castração em mais de 80% das pacientes tratadas, mesmo quando se realiza ooforopexia(1). Em muitos casos, realiza-se ooforectomia por necessidade, em procedimentos sobre a pelve (2).

O ovário é responsável por mais de 50% da pro- dução de testosterona na pós-menopausa. Um declínio súbito de andrógenos, em decorrência da ooforectomia, pode levar à diminuição da libido e provocar osteopo- rose, além de alterações nos níveis de lipoproteínas e aumento do risco de doenças cardiovasculares(3,4,5).

Além disso, estudos mostram baixos índices de aderência à terapia hormonal por longos períodos(6).

Uma alternativa mais fisiológica de manter a função hormonal em mulheres que precisam de se submeter à retirada de ovários normais e ainda funcionantes, é o transplante ovariano heterotópico(7,8,9). Diversos trabalhos vêm procurando descobrir o melhor local para realizar o auto-implante ovariano(3,8,10,), bem como a forma mais adequada de tal procedimento para preservar a função ovariana(3,11).

O presente estudo propõe a realização de auto- implante ovariano no retroperitônio, por considerar essa região a mais adequada sob aspecto de drenagem venosa para a veia cava inferior, que recebe fisiologicamente o sangue e os hormônios dos ovários através das veias ovarianas. A capacidade de secreção hormonal dos ovários foi avaliada pela manutenção do ciclo estral, com base em esfregaços vaginais. A viabilidade e as alterações morfológicas foram estuda- das por método histológico.

 


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