Causas básicas de óbito em recém-nascidos no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP)



1. Resumo

No serviço de neonatologia da maternidade do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), de janeiro de 1991 a dezembro de 1992, foi realizado um estudo descritivo das causas básicas de óbito no período neonatal, considerando-se as variáveis relacionadas ao peso dos recém-nascidos, sexo, idade do óbito e adotando-se os critérios da Organização Mundial de Saúde, do Comitê de Mortalidade Perinatal do Canadá e da 9ª Conferência de Revisão da Classificação de Doenças (1975), incorporada pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (1977). A mortalidade neonatal intra-hospitalar foi de 44/1.000 nascidos vivos, sendo as causas básicas de óbito: infecções perinatais (31,2%), prematuridade extrema (20,2%), asfixia grave (16,0%), doença pulmonar das membranas hialinas (13,2%), anomalias congênitas (9,4%), isoimunização (1,2%), além de outras causas (3%) e causas indeterminadas (6,6%). O baixo peso ao nascer (89,5%) foi um importante fator associado à mortalidade neonatal. De um modo geral, houve um discreto predomínio do sexo masculino (54,1%), com uma grande maioria dos óbitos (86,4%) ocorrendo precocemente. As anomalias congênitas e a asfixia grave foram importantes causas de óbitos em recém-nascidos com peso ³2.500 g.

Unitermos: infecção perinatal, asfixia, prematuridade extrema, doença pulmonar das membranas hialinas, taxa de mortalidade neonatal intra-hospitalar.

2. Summary

A descriptive study on the basic causes of death during the neonatal period was carried out at the neonatology service of the maternity of the Instituto Materno-infantil de Pernambuco (IMIP) Recife, Pernambuco, Brazil , from the 1st January 1991 to the 31st December 1992. The factors considered were related to birth weight, sex, age of the death. The variables were defined by adopting the criteria of the World Health Organization, of the Perinatal Mortality Committee of the Province of Quebec, Canada and of the 9th Conference for the Revision of Diseases Classification (1975) incorporated by the International Federation of Gynecology and Obstetrics (1977). The intrahospitalar neonatal mortality rate was 44/1000 live births. The basic causes of death were: perinatal infections (31.2%), extreme prematurity (20.2%), severe asphixy (16.0%), hyaline membrane disease (13.2%), congenital anomalies (9.4%), isoimmunization (1.2%), other causes (3.0%) and unexplained causes (6.6%). The low birth weight (89.5%) was an important factor associated with the neonatal mortality. A discrete predominance of the male sex (54.1%) was detected. The majority of the infants (86.4%) died during the first seven days of life. Congenital anomalies and severe asphixy were important causes of death in newborns presenting weight ³ 2500 g.

Keywords: perinatal infection, asphyxia, extrem prematurity, respiratory distress syndrome, intra-hospital neonatal mortality ratio.

3. Introdução

A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores mais sensíveis para se avaliar o estado de saúde de uma população. As mortalidades perinatal e neonatal representam cerca de 50% do total de óbitos. Fatores sociais, biológicos e ambientais da mãe e do feto contribuem para essas mortes, com um duplo significado: (1) como indicador de saúde da mulher e do recém-nascido na comunidade e (2) reflexo da eficácia dos serviços de saúde materno-infantil1, 2, 3.

Foi estabelecida como satisfatória, uma taxa de mortalidade perinatal em torno de 9/1.000 nascidos-vivos (2,6/1.000, como taxa de mortalidade neonatal e 6,4/1.000, para natimortos)4, comum em países desenvolvidos5. No Brasil, esta taxa varia de 30 a 33/1.0006, apresentando, no entanto, uma diferença regional: 13,6/1.000 no Rio Grande do Sul7 e 37,38/1.000, em Recife, Pernambuco8.

Reconhecendo a importância do estudo das causas de óbitos, Alberman9 afirma que, no estudo de mortalidade, "o primeiro passo é classificar as causas de óbitos de acordo com a possibilidade que se tem de poder preveni-las".

Para a redução desses elevados índices de mortalidade infantil, precisa-se, inicialmente, identificar as possíveis causas de óbito e os fatores a elas associados9, sendo, por isso, objetivos deste trabalho a identificação, o agrupamento das causas de óbitos neonatais e a determinação da taxa de mortalidade neonatal intra-hospitalar.


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