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Fim do sistema monárquico em Portugal e instauração da Primeira Republica (página 2)

Mónica Graciela Afonso

Também é objetivo da República diminuir o analfabetismo alfabetizando e educando para que votassem os que soubessem. Já que se queria o "melhor" para conduzir o governo.

Para lograr isto se instaura a educação gratuita e laica dos sete até os dez anos. (o ensino elementar foi classificado em infantil e primário).

Se aumentam os salários dos professores.

Se criam bibliotecas públicas (algumas com salas infantis), há teatro público nas praças.

Associações e Editores particulares publicaram livros baratos com obras portuguesas e internacionais de mérito científico, histórico e literário. A imprensa sempre foi livre o que permitiu a proliferação de jornais e revistas de todo tipo.

*Consolidação do regime Democrático Parlamentarista: legitimação do sistema interno marcando uma ruptura com o passado: A este respeito mudaram os símbolos para dar a idéia de uma nova Nação comprometida com os cidadãos: Portugal deixa de ser reino, muda a bandeira, a moeda e os nomes de ruas e praças.

Quanto a legitimação externa Portugal é uma das únicas Repúblicas da Europa por isso necessita legitimar se frente a ela. Para atingir este objetivo é que entra na 1º guerra, já que sabe que as colônias correm perigo dado que Inglaterra e Alemanha têm os olhos sobre elas (Portugal entra a guerra aliada com Inglaterra por que dependia economicamente dela e entra com os futuros ganhadores o qual a deixa bem posicionada).

*Outro objetivo e o de acabar com a crise financeira e os problemas de alimentação da população.

Esta foi una das grandes preocupações da República, mas estes problemas estiveram sempre presentes nela.

Os principais atores nesta República são:

Os intelectuais que esperam que a República seja moderna e científica.

Este grupo esta composto pelo:

Partido Republicano Português: É ele quem faz a revolução e organiza o Estado.

Este partido representa às classes média e alta (oficiais do exército e da marinha, funcionários públicos civis, intelectuais como advogados e médicos).

A dirigência da revolução são intelectuais dos setores médios urbanos que estão organizados em lojas maçônicas e na carbonaria.

Também há representantes da pequena burguesia.

Alta Burguesia (donos de fábricas e comércios) começam a mostrar-se desconformes com a República já que agora têm mais despesa dado que têm que pagar-lhe férias a seus operários, aumentar-lhes os salários e reduzir-lhes as horas de trabalho.

Setores médios urbanos: Esperam que a República seja democrática.

Compõem estes setores médios urbanos:

Os socialistas: Eles não fazem a revolução mas a apoiaram. Parte do operariado está no socialismo apesar de eles não entrarem para o governo.

A Burguesia média: Apóia a República mas também não fez parte da revolução.

Eles pugnam pela ampliação do sistema político; querem participar do governo para poder ser elegidos e eleger.

O Proletariado: Apóia a República mas não faz a Revolução.

Como este é o grupo social e econômico excluído, pedem melhores condições de vida, salários dignos direito a greve (eles conseguem melhoras sociais mais não todas as que esperavam, eles esperavam e desejavam uma República Socialista).

Militares: Querem uma República científica, moderna y positivista.

Estão descontentes com a situação de atraso em que se encontra Portugal.

Eles querem que deixe de ser um país agrícola e que fique à altura das outras potencias Européias.

Contradições e conflitos pelos quais atravessa a República e que produzem a sua queda.

As contradições se dão quando o modelo não satisfaz aos atores y são estas as que provocam os conflitos. Em geral se dão a nível econômico o que produz conseqüências sociais e modificações na política.

O partido republicano português se quebra internamente e dele surgem três ramas:

Partido Democrata: Encabeçado por Afonso Costa (de inclinações radicais).

Partido Republicano: Liderado por Brito Camacho (de tinte conservador).

Partido Evolucionista: Dirigido por António José de Almeida (também conservador).

A partir desta fratura interna reaparecem os monárquicos e as ordens religiosas em forma disfarçada.

A igreja se alia com elementos conservadores do republicanismo.

A pesar da fratura interna este regime (com altos e baixos) mantém o apóio nacional (por exemplo: várias tentativas de fomentar a guerra civil ou de voltar ao regime monárquico fracassaram).

Na pequena vida da República, Portugal atravessa dois golpes de estado e um intento por voltar à monarquia (Monarquia do Norte).

A ditadura de Pimenta de Castro 1915; é um levantamento feito contra o Partido Democrata e é provocado pela desunião interna. Nele participam os evolucionistas, parte do exército e os monárquicos.

Esta ditadura é derrocada por uma revolta na qual participam civis, marinha, exército e o partido evolucionista (que em seu momento apoiou a Pimenta de Castro e logo retirou-lhe dito apóio).

A ditadura de Sidônio Pais 1917-18 dissolve o congresso e se faz eleger presidente. Esta ditadura conta com o apóio dos Unionistas que mais tarde descontentes se passam à oposição.

Esta ditadura ao igual que a de Pimenta de Castro e a Monarquia do Norte tiveram por característica o antiparlamentárismo.

Sidônio Pais criou o consenso através da demagogia já que ele é visto como pai, caudilho e centro de poder. Ele cria todo um simbolismo para legitimar-se (exemplo: desfiles militares, etc.).

Ao tender à direita (apoiando-se nos monárquicos, clero e alta burguesia) perde os apoios que teve originariamente (isto prova que a República segue sendo um projeto legitimo para a população já que esta retira-lhe o apoio quando ele se corre a direita).

A ditadura cai quando Sidônio Pais é assassinado.

Antes da sua morte tinham-se criado juntas militares com o pretexto de "Apoiar ao presidente de seus inimigos" mas o propósito era proclamar a monarquia.

A monarquia do Norte(1919) recebe pouco apoio.

A idéia era reinstalar a monarquia mas não fazendo referência a isto se não à defesa de Portugal contra a demagogia e a corrupção dos democráticos que impedem o crescimento do país. Este movimento está apoiado pelo clero e pelos grupos mais descontentes da República.

Há crise econômica em toda Europa logo da guerra. Se desata uma grande inflação que vai acompanhada de escassez de bens já que os sistemas produtivos estão devastados e os países não os podem por em marcha; também há escassez de alimentos já que depois da guerra Europa não tem homens nem terra para cultivar.

Esta crise repercute em Portugal provocando descontentamento social e econômico.

Há escassez de alimentos (sobre tudo cereais para panificação) Se acentua a escassez de bens, a divida pública e o déficit da balança comercial. Também se devalúa o escudo.

A República não pode solucionar os problemas econômicos e financeiros.

Esta crise econômica repercute contra os trabalhadores e os enfrenta à República.

Por outra parte os grupos proprietários (alta burguesia) também se enfrentam à República porque esta não pode assegurar-lhes o progresso econômico; a ordem e as melhoras sociais.

As classes altas temem pela relevância que adquiriram as classes trabalhadoras (isto não só acontece em Portugal se não em toda a Europa dado que no `17 se produz na União Soviética a Revolução Volchevique e Europa tem medo que as classes sociais baixas façam revoluções).

A inflação (aspeto econômico) afeta aos grupos com ingressos fixos (o salário não se modifica ao ritmo dos preços com o qual baixa o nível e qualidade de vida) os mais afetados são as classes médias (comerciantes, empregados, profissionais, trabalhadores, etc.).

Com esta crise econômica e esta inflação há parte da burguesia que sai beneficiada (aqueles que puderam especular retendo os bens à espera de que seguissem aumentando) no entanto a classe média se empobreceu sofre carestia e a escassez e está ressentida com os que se enriqueceram.

Como conseqüência temos escassez já que estes burgueses preferem ter os produtos em estoque antes que ter o dinheiro que perde valor.

Isto provoca descontento social o qual provoca medo.

Como vemos há uma forte relação entre os conflitos sociais e econômicos dado que os segundos muitos vezes são os causantes dos primeiros. Tudo isto leva a Portugal a uma situação de instabilidade devido à incapacidade de governar; por tanto dependia do apóio de outros partidos e por isso tinham que fazer e desfazer alianças nas quais sempre prevaleciam os interesses partidários e não os nacionais.

Sintetizando: A curta vida da República se exprime pelas seguintes causas:

Instabilidade política e estrutural a partir da quebra interna do partido Republicano Português (nos 16 anos de vida de 1º República houveram dois golpes de estado e um intento de voltar à monarquia).

Os gabinetes de governo duravam pouco tempo e eram gabinetes de coalizão o qual produzia paralise política já que cada grupo defendia sua posição e seus interesses partidários.

A mais Portugal não tinha experiência democrática (a ideologia liberal era nova para eles) e não soube governar com os sindicatos na rua e com partidos políticos de oposição o qual gera um parlamento instável já que não há um grupo que prevalecesse sobre outro.

A República se enfrentou a uma crise interna que não soube resolver e apresentou para fora essa ruptura (logo da Revolução Russa de 1917 Europa tem medo ao socialismo e vê como em Portugal a classe obreira exige direitos e começa a ter medo de que aconteça a mesma coisa em seus países).

Economicamente Portugal estava mal e a política liberal implementada não satisfazia a nenhum dos atores sociais. A República perde o apóio das classes altas e das baixas também dado que todos sentem que o liberalismo não cumpriu as promessas de progresso e democracia e que trouxe corrupção por tanto acha que deve voltar à monarquia e aos valores tradicionais sociais.

Hás pessoas questionam a democracia e o liberalismo como sistema em tanto que as soluções autoritárias e os regimes de tipo Musoliniano ganham simpatia entre a direita e as classes médias das cidades anseiam um governo forte que restaure a ordem e a tranqüilidade.

Bibliografia

  • Amado José Carlos, "Historia de Portugal". Edições verbo juvenil. Volumem I y II. 1966 Lisboa Portugal.
  • Oliveira Marques A. H., "Breve Historia de Portugal" Editorial Presença. 1996 Lisboa Portugal.

 

Mônica Graciela Afonso

Professora de Português

Professora de Educação Inicial

mgafonso[arroba]yahoo.com.ar



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