Influência do ácido ascórbico em anastomoses e alças jejunais íntegras de rato

Enviado por Andy Petroianu


 

RESUMO

- O efeito do ácido ascórbico sobre os processos cicatriciais anastomóticos apresenta resultados conflitantes na literatura. Objetivo - Comparar a resistência cicatricial de anastomoses e de segmentos íntegros jejunais de ratos submetidos a administração de vitamina C, em distintos períodos pós-operatórios. Método - Foram estudados 50 ratos Wistar, submetidos a secção e subseqüente anastomose término-terminal de segmento jejunal, a 10 cm da flexura duodenojejunal. Os animais foram divididos em dois grupos (n = 25): Grupo I - controle; Grupo II - administração de vitamina C oral, 100 mg/kg. Avaliaram-se as pressões de ruptura anastomótica e do segmento íntegro jejunal nos 3o, 5o, 7o, 21o e 28o dias pós-operatórios. Resultados - Os ratos que receberam vitamina C apresentaram uma pressão de ruptura anastomótica maior nos 5o, 7o e 28o dias pós-operatórios. O mesmo ocorreu com as pressões de ruptura do segmento íntegro jejunal dos ratos. Conclusões - A vitamina C aumentou a resistência das anastomoses jejunais dos ratos, tanto no pós-operatório imediato, quanto no tardio. Além disso, a resistência final dos segmentos jejunais íntegros dos ratos submetidos a administração de vitamina C foi significativamente maior do que no Grupo Controle.

DESCRITORES ¾ Ácido ascórbico. Cicatrização de feridas. Anastomose cirúrgica. Jejuno. Ratos.

INTRODUÇÃO

No processo cicatricial, sob a influência da hipoxia tissular e dos macrófagos, os fibroblastos sintetizam o colágeno, que na sua passagem para o espaço extracelular polimeriza-se. Durante a síntese do colágeno, a prolina é incorporada à cadeia polipeptídica inicial e sofre a ação da peptidilprolina-hidroxilase e do oxigênio molecular, para transformar-se em hidroxiprolina. O mesmo ocorre com a lisina. A polimerização do colágeno requer a remoção dos peptídios terminais e a condensação das lisinas(9, 11, 29).

Segundo a literatura, o ácido ascórbico atua como doador de elétrons para o processo de hidroxilação da prolina, durante a síntese do colágeno, fato esse que leva a suspeitar da sua demanda aumentada nos processos de reparação tecidual(3, 13, 21).

Estudos recentes mostraram diversas funções do ácido ascórbico, além daquelas já descritas nos processos de cicatrização de feridas. Atuando como antioxidante, esse ácido é capaz de captar o oxigênio livre decorrente do metabolismo celular, impedindo sua ligação com radicais livres, fenômeno que causaria dano celular(2, 3, 8). É provável que o ácido ascórbico também esteja envolvido na manutenção da integridade intracelular com presença da integridade capilar, nas respostas imunológicas, reações alérgicas e aumento da absorção de ferro não-hémico(4, 24).

De acordo com estudos recentes, o intestino circunvizinho que participa da reação à lesão de uma anastomose jejunal perde grande parte de seu colágeno por lise, reduzindo assim a sua resistência(7, 9). Esses dados sugerem um importante papel da vitamina C sobre o processo de cicatrização. Todavia, a sua administração suplementar com o intuito de melhorar os processos cicatriciais é ainda debatido.

Dentro de uma linha de pesquisa(1, 2, 19), o objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do ácido ascórbico sobre a tensão anastomótica e do segmento íntegro jejunal de ratos, em distintos períodos pós-operatórios.

 


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