O tênue limite

Enviado por Elizabeth Bittencourt - exrbittencourt[arroba]yahoo.com.br


Partes: 1, 2, 3
  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Fundamentação teórica
  4. Objetivo
  5. Metodologia
  6. Resultados comentados
  7. Considerações finais e perspectivas
  8. Referências bibliográficas

UM PROJETO INTERDISCIPLINAR ENTRE BIOLOGIA E QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO COM FOCO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Resumo

Esta dissertação teve como objetivo investigar a possibilidade de introdução de projetos de pesquisa interdisciplinares envolvendo biologia e química em uma escola do ensino médio. A partir da análise do Projeto Pedagógico e do Plano de Curso da área das Ciências da Natureza e comparando os conteúdos específicos de química e biologia foram escolhidos temas dentro da Educação Ambiental para que os alunos desenvolvessem trabalhos de pesquisa. Os resultados observados mostraram que a introdução de projetos interdisciplinares apresenta-se como uma forma adicional de dinamizar a Proposta Pedagógica da escola garantindo aos alunos conhecimentos, habilidades e competências que favorecem seu bom desempenho em estudos posteriores.

INTRODUÇÃO

Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional o ensino médio corresponde à etapa final da educação básica, e atualmente conta com a duração de três anos. Ao final, o educando deverá ter a formação comum indispensável para o exercício da cidadania, pronto para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Esta Lei estabelece ainda a carga horária mínima anual e determina que os currículos devem ter uma base nacional comum acompanhada por uma parte diversificada, que deverá estar de acordo com as "características regionais da escola e da clientela" (Capítulo II – Art. 26).

O Estado de São Paulo através da Secretaria de Estado da Educação editou diversos documentos para assegurar às escolas uma organização curricular quanto à Base Nacional Comum e Parte Diversificada, com as respectivas cargas horárias e/ou período do curso. Entretanto, somente através do Parecer 67/98 (SÃO PAULO, 1998) é que se garantiu e promoveu a autonomia pedagógica das escolas da rede estadual de ensino no desenvolvimento de seu Projeto Pedagógico. A elaboração do Plano de Curso, que é parte do Projeto Pedagógico, corresponde à síntese dos conteúdos programáticos e deve promover a integração e seqüência dos componentes curriculares (SÃO PAULO, 1998).

Para orientar a discussão nas escolas, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 1999c) e as Matrizes Curriculares de Referência (BRASIL, 1999a).

A partir destes documentos legais, cada escola passou a atender aos fundamentos estéticos, políticos e éticos descritos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e as Matrizes Curriculares, garantindo uma pedagogia de qualidade. As Diretrizes Curriculares promovem os princípios da identidade, diversidade e autonomia do aluno. O currículo deve ser voltado para o desenvolvimento das competências, longe do ensino enciclopedista e academicista dos currículos de Ensino Médio tradicionais. As orientações contidas nestes documentos citam a interdisciplinaridade e a contextualização como recursos que promovem a interação entre disciplinas, permitindo infinitos padrões de entrelaçamentos. Muito recentemente as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006) vieram complementar e reforçar esta visão de currículo.

O currículo escolar é um assunto que vem sendo discutido desde a primeira metade do século XX (MOREIRA, 1990). É o produto de uma seleção realizada dentro da cultura local, que resulta num tipo peculiar de saber, o saber escolar (SAVIANI, 1995). Este saber é o almejado pela comunidade na busca da consecução de seus objetivos e suas aspirações sociais. A busca da qualidade em Educação é um dos aspectos que prevalecem na escolha da escola onde os pais matriculam seus filhos, como garantia de que estes irão obter conhecimentos suficientes para ter continuidade em estudos ulteriores (DELORS, 1996).

Para esta articulação dos conhecimentos, além de corajosas modificações curriculares, é necessário o uso de "um amplo repertório de modalidades didáticas, tornando o ensino significativo e competente" (KRASILCHICK, 1991). Para este feito foram formulados os Temas Transversais (BRASIL, 1998), que se baseiam fundamentalmente na transversalidade e interdisciplinaridade. Estes Temas Transversais do ensino fundamental oferecem material de estudos para os educadores de outros níveis de ensino, e convergem nesta dissertação para o estudo da Educação Ambiental, cujo foco de estudos é a realidade socioambiental ampla, dinâmica e alvo de inúmeras conferências internacionais (DIAS, 2001).

Assim, neste trabalho pretende-se socializar uma experiência de ensino para o meio ambiente indicando a pedagogia de projetos como metodologia, buscando relacionar temas ambientais de forma interdisciplinar envolvendo conhecimentos de Biologia e Química. Desta forma, a análise que se propõe é a obtida dos trabalhos de pesquisas dos alunos, ao construírem os conceitos de Educação Ambiental. Esta análise tem um caráter abrangente para este nível de ensino, pois estes conceitos se propõem desde o início do curso.

A intenção de desenvolver este projeto surgiu ao final de um período que ocupei o cargo de professor coordenador de uma escola de ensino médio e em muitas ocasiões assessorava os professores no desenvolvimento de projetos especiais, principalmente das atividades de recuperação dos alunos com desempenho insatisfatório. Para motivar os alunos, mais do que novas metáforas para reencantar a educação (ASSMANN, 1998), eram arregimentados os conhecimentos complementares e suplementares aos tópicos em questão, tecidos de maneira coerente, de forma a fornecer ao aluno uma visão abrangente do conhecimento a ser adquirido.

O tênue limite que distingue dois campos do conhecimento que interagem em um projeto interdisciplinar depende essencialmente do conhecimento que se tem deles. Desta forma, durante o Programa de Mestrado, busquei a ampliação e aprofundamento dos meus conhecimentos em Química, obtidos no curso de graduação, adquirindo assim a segurança na proposição de desenvolver um projeto interdisciplinar dentro de Educação Ambiental envolvendo a Biologia e a Química enquanto estratégia de ensino.

De que altura cai um anjo? Da altura de uma estante de biblioteca, parece-nos sugerir Jim Wenders, em ‘Asas do Desejo’.

Esta é uma referência contida no texto de Comitti (2006) que levou à escolha do título desta dissertação: TÊNUE LIMITE. Esse texto se estabelece entre a vida e a morte, contudo prefiro definir como ‘tênue limite’ aquele no qual dois campos do conhecimento interagem em um projeto interdisciplinar. É semelhante à claridade que penetra pelas venezianas ao sol do meio-dia e ilumina fracamente um quarto impedindo tanto a plena claridade quanto a escuridão total, ou o cone de obscuridade que envolve a Terra no crepúsculo, que se estende entre o dia e a noite por minutos ou horas a fio.

Para discutir este tênue limite, esta dissertação foi formatada em cinco capítulos, sendo que o Capítulo 1 é dedicado à Fundamentação Teórica, onde os conceitos de construção do conhecimento e interdisciplinaridade são discutidos, buscando demonstrar sua importância quando se discutem os projetos curriculares. A pedagogia de projetos e a Educação Ambiental recebem um detalhamento especial por se referirem à metodologia e ao foco das pesquisas propostas aos alunos. O Capítulo 2 explicita o objetivo e as etapas que foram cumpridas para sua consecução. O Capítulo 3 descreve inicialmente o ambiente em que foi desenvolvido o projeto, seu cronograma, as opções metodológicas e as práticas adotadas em sala de aula para a solução dos óbices que se apresentaram. O Capítulo 4 descreve e discute a pesquisa realizada com os alunos do terceiro ano, apresentando algumas amostras de seus trabalhos. No último capítulo estão contidas as reflexões da autora a respeito da importância dos projetos interdisciplinares formulados a partir do Plano de Curso da escola.

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