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Turismo e exploração sexual infanto-juvenil: Fortaleza – CE (Brasil) (página 3)

Rodrigo Miguel Boueri
Partes: 1, 2, 3

  • RELATO DO COTIDIANO DA CIDADE E PRODUÇÃO DO VÍDEO-DENÚNCIA

  • Aqui a vida começa às seis horas para quem tem emprego; as outras pessoas têm de procurar o que fazer e acabam caindo na beira-mar, onde encontram algo para fazer e que dá algum lucro.

    A vida corrida nos grandes centros urbanos esconde vários problemas não observados por seus habitantes. Em nosso trabalho foram colhidos relatos de vivências do cotidiano de vários grupos sociais da cidade, que conhecem de perto o movimento do turismo sexual. A presente pesquisa termina com a realização de um vídeo-denúncia que mostra cenas do cotidiano, muitas vezes despercebidas e ignoradas pelos próprios habitantes.

    5.1 Desvendando máscaras sociais – Memórias desautorizadas da cidade

    Na memória dos habitantes da cidade, a prostituição era vista no centro, em alguns bares conhecidos como tradicionais "zonas". As prostitutas eram anônimas, mas conhecidas do povo. Hoje em dia ninguém sabe sua origem, se vieram do interior para garantir o sustendo da família ou se estão tentando melhorar seus padrões de consumo; ou ainda se são apenas os miseráveis da favela que pedem democracia nas esquinas do desespero.

    A vida nunca aconteceu na cidade, ela é fonte de desilusão, de sofrimento e de angústias. A fachada da cidade, no olhar do turista, faz parte da ilusão e esconde a dor da miséria bloqueada pelas edificações. A cidade cresce a todos os minutos paralela à miséria. A vida começa cedo na cidade: para uns é a construção de seus objetivos, movimentados pelo desenvolvimento econômico, e para outros, a escola das ruas produzida pelo progresso.

    No cair da noite, a vida da Av. Beira-Mar muda, o atleta faz seus últimos exercícios, as crianças estão voltando da escola, a feirinha da avenida torna-se ponto de encontro de senhoras da região, os turistas estão saindo para mais uma balada e, na sombra, a noite reproduz o brilho de meninos e meninas que, sem esperança, dissimulam suas imagens dentro de carros de vidros escuros.

    "A madrugada vem chegando, mas a fome é constante. A Parangaba fica longe; alguns clientes apareceram e deixaram comidas, é preciso dividir... O silêncio começa, a vida volta a se repousar, o moço do cachorro-quente da esquina já está fazendo o último sanduíche, o posto fecha e anuncia mais uma madrugada. O dinheiro não aparece, o sol é mais forte, a vida nasce, as pessoas correm, as crianças já estão de volta, desloco-me para o centro, aonde se chega a pé, na bodega do Seu Zé, que às vezes é meu amigo, me dá um café e mais uma vez fala: – Vai trabalhar, vagabundo!".

    Maria Diniz, personagem do povo, vive falando que joga água quente todos os dias pela janela. Os adolescentes correm, mas o ponto é bom. Maria é observada pelo buraco da janela de sua casa; ela acende a luz do banheiro, dá descarga, escova os dentes e vai dormir. É a mesma coisa, todos os dias. Enquanto Maria dorme, a esperança daquele cliente carente passar por lá é grande. Ele está no hotel, não faz nada, sua mulher está em alguma cidade, na maioria das vezes não os conhece, são corujas na noite.

    Dona Maria diz que todos os dias reza para seu Padrinho Cícero. Ela espera na janela por sua filha; a fé renova todas as esperanças para cada avião que vê no céu; não consegue falar o nome da cidade e o país para onde a menina foi, mas sabe que fica muito longe e que não deve mais voltar.

    "Aqueles homens lindos não sabem sentir, eles só vêm aqui para transar e se despedir, depois vão embora e não se preocupam com o que se passa por aqui. Uma amiga foi levada e nunca veio me contar o que acontece lá."

    De frente ao oceano, ela pensa na amiga, não sabe se por sonhos colocados por esses homens, ou se por um sentimento de que tudo que ela está fazendo um dia a levará para algum lugar. Não sabe muito bem o que se passa por lá, mas quer experimentar.

    O movimento da cidade parte da visualização das chegadas e partidas de seus clientes exploradores de sonhos e magias, que encantam essas crianças e adolescentes desesperadas pelos vícios sociais e morais de seus espaços de convivência.

    Marca do crescimento da região metropolitana da cidade de Fortaleza, o turismo sexual infanto-juvenil torna-se questionável até pela prostituta, que diz não entender como uma menina daquela idade pode estar nessa vida, e que se fosse ela, com o desenvolvimento de hoje, estaria na escola, para ser realmente uma pessoa chique.

    A prostituta continua reclamando das meninas que tiram seu sustento, cobrando mais barato, para sustentar a miséria produzida pela sociedade. Acende um cigarro, fala da vida na cidade e diz que a cada dia o turismo cresce, deixando marcas no decorrer do seu desenvolvimento.

    A manchete da primeira página do jornal não é identificada pelos olhos dos meninos, que não sabem ler. Sabe-se que, na maioria das vezes, é mais um escândalo político ou social. A vida, às vezes, é transportada para o papel; todos os jornais são vendidos por eles, que nem mesmo sabem o que se passa, tornando-se simplesmente um objeto de trabalho de todo dia.

    Os clientes que todos os dias passam por ali, e que compram jornais nos sinais de trânsito, não conseguem enxergar a violência daquele local; não observam que, na maioria das vezes, a relação entre eles e os adolescentes é muito mais forte quando se lê sobre o problema nas páginas de algum desses jornais.

    Na memória daqueles pescadores, esquecidos logo depois que seus espaços foram completamente tomados pela especulação imobiliária nos anos 70 e 80, restaram a saudade da amplitude espacial, a tranqüilidade da periferia da cidade daquela época, a vontade de querer voltar atrás e pedir todo o espaço tomado de volta. Mas os barcos de pesca que saíam das praias nunca sairão mais da mesma forma, a mulher que despedia de seu marido, pronto para uma noitada em alto mar, agora está impedida de dizer adeus. Uma barreira que não são as ondas corta seus horizontes e para seu marido chegar até a praia tem que andar alguns quilômetros para ver a primeira porção de areia.

    As aldeias de pescadores foram afastadas para o continente adentro, dando espaço à classe média e aos hotéis de luxo, que insistem em estar de frente para o mar. A manutenção da vida das comunidades afastadas pela mutação dos espaços depende do mar, de onde é tirado o peixe de cada dia.

    A mutação dos espaços continua, a vida torna-se mais complexa, as comunidades se misturam em um aglomerado de informações, nasce a violência urbana, conseqüência do modelo da vida contemporânea das periferias dos grandes centros urbanos. O melhor do engenho humano sempre será utilizado para atitudes progressistas e materiais, enquanto o aglomerado urbano continuar interligado com os problemas sociais relacionados à especulação imobiliária sem planejamento sustentável, desrespeitando a cultura de seu povo. Assim, os projetos governamentais não estruturados e extintos pela politicagem agridem todas as formas de memória dos espaços culturais, não só da grande Fortaleza, como também de outros espaços urbanos do país.

    As informações que fazem parte de toda a realidade existente, e que acontecem todos os dias na região metropolitana da cidade, nos conduz a um balanço histórico, seja ele para questionar a mutação dos espaços através do tempo, mudando a estrutura social dos habitantes das comunidades tradicionais, ou seja, pela própria história da sexualidade através do desenvolvimento da sociedade brasileira.

    5.2 Produção do vídeo-denúncia

    Já no desembarque do aeroporto, na última visita feita para as filmagens, fui abordado por uma menina e perguntado se eu era estrangeiro. Aproveitei e a convidei para uma conversa sobre a prostituição na cidade. Durante a conversa descobri que ela tinha 17 anos e que fazia programa desde os 15.

    Minha inserção dentro do universo da prostituição infanto-juvenil na cidade foi complicada devido à orientação que as crianças recebem de seus agenciadores, de não passar nenhuma informação sobre a atividade.

    Todas as crianças e adolescentes que se dispuseram a depor sobre o assunto não eram envolvidas com agenciadores, mas mesmo assim fomos perseguidos pelos traficantes que proíbem a exposição de assuntos sobre o narcotráfico.

    Por vários dias na cidade estivemos atentos, tendo que trocar de hospedagem a cada três dias. Em uma das favelas visitadas, já na entrada, fomos informados pela associação de moradores que, se algum traficante solicitasse nosso equipamento, era para mostrar e ficarmos tranqüilos. Logo após a informação, fomos surpreendidos por um cara que se dizia o comandante da área, nos perguntando para que fins se destinavam as filmagens dentro de seu território. Como já tínhamos informações sobre a atuação dentro da favela, ficamos apreensivos, mas demos o equipamento solicitado para verem o que estávamos registrando. Não percebemos a introdução do papel celofane na lente da câmara que bloqueou os melhores momentos da periferia da cidade.

    As imagens foram suficientes para denunciar a nossa atividade na cidade; o material dos depoimentos ficou com o áudio um pouco baixo devido à vergonha e ao bloqueio no desenvolvimento natural dessas crianças e adolescentes. Pegamos parte de três depoimentos, nos quais conseguimos identificar o problema com maior ênfase, o que nos levou ao envolvimento dessas pessoas no turismo sexual na cidade.

    Nas visitas anteriores não tivemos contato com a Fortaleza periférica. Ficamos envolvidos com os organismos oficiais, que cuidam da problemática, e na observação não-participante. Ainda não existia a intenção de criar um vídeo denunciando o turismo sexual na cidade.

  • Argumento
  • SINOPSE

    O DVD "Máscara Urbana" apresenta a violência na atividade turística de Fortaleza, através da exploração de crianças e adolescentes. Aborda aspectos sociais e culturais, entrevistas com crianças e adolescentes envolvidos nessa prática e os espaços turísticos tradicionalmente consagrados.

    ARGUMENTO

    As imagens serão geradas a partir das entrevistas de crianças e adolescentes e de material digital, construindo os depoimentos necessários para denunciar a atividade na cidade.

    A locução será inserida nas entrevistas e, a partir do áudio direto da locução, alguns textos e animações serão colocados para facilitar a compreensão do telespectador. Não teremos narrador, utilizaremos artifícios de som ambiente e de música em todas as cenas.

    A filmagem focará a Av. Beira-Mar, maior concentração de turistas e ponto do turismo sexual, com imagens da cidade e de crianças e adolescentes envolvidos.

    Imagens em movimento, textos rápidos alternados e entrevistas detalharão as partes da denúncia. As imagens serão capitadas "in loco" e geradas em meio digital.

    APRESENTAÇÃO

    O turismo sexual infanto-juvenil enraizou-se na Av. Beira-Mar no decorrer dos anos, ponto de maior confluência de turistas.

    O nome do vídeo foi escolhido pela dificuldade que temos de desmascarar alguns problemas sociais classificados como "assunto tabu". O DVD "Máscara Urbana" sugere o que não pode ser visto, o que a sociedade insiste em não enxergar e que está lado a lado na convivência do cotidiano dos grandes centros urbanos.

    INTRODUÇÃO

    O DVD "Máscara Urbana" pretende denunciar as formas e fontes de exploração sexual de crianças e adolescentes de ambos os sexos através do turismo na região metropolitana da cidade de Fortaleza-CE/Brasil. Visando à construção de um turismo ético capaz de auxiliar a sociedade na contenção do problema social da prostituição.

    O vídeo se destina ao público em geral, mas especialmente aos turistas, residentes locais e profissionais, envolvidos no planejamento e trade turístico brasileiro.

    PRÉ - PLANO DE DIVULGAÇÃO

    A formatação para o plano de divulgação tem como objetivo sensibilizar a sociedade e os organismos com ações de mobilização ordenada, para atingir os principais atores sociais que se voltam para o desenvolvimento de atitudes severas contra a exploração sexual de crianças e de adolescentes. Para uma melhor interpretação da realidade existente em Fortaleza através desta denúncia, será interessante a apresentação do vídeo "Máscara Urbana" sempre que possível com a introdução do palestrante envolvido com a temática que faça uma apresentação preliminar da questão.

    Articular a veiculação do vídeo em festivais de filmes de curta-metragem no Brasil, com apresentação em campanhas de mobilização da sociedade, divulgar em sites, atingir, nas instituições de ensino superior, os pesquisadores e estudantes de turismo, profissionais em geral do Trade turístico, divulgar nas cidades com maior incidência de turistas nacionais e estrangeiros, nas aeronaves brasileiras principalmente as que saem do aeroporto de Guarulhos, São Paulo, e Galeão, Rio de Janeiro, com destino à Fortaleza. Divulgar nas instituições governamentais e não-governamentais que cuidam do assunto e nos encontros realizados pelo país sobre exploração sexual de crianças e de adolescentes.

    Desta forma, promovemos a discussão direcionada para a formação de um denominador comum, no sentido de que a sociedade e o poder público trabalhem de maneira integrada e estruturada para que o vídeo atinja amplitude nas rodas de debate.

  • Roteiro
  • CENA 1 - ABERTURA

    A CENA 1 pretende captar a atenção do telespectador apresentando-lhe o lugar de Fortaleza no mundo, sinalizando os espaços tradicionais da cidade. Serão utilizados recursos técnicos mostrando a mutação da cidade no decorrer do tempo.

    T1 (PG) Créditos Iniciais

    T2 (PG) Prédios, aparece o título do vídeo (Animação)

    T3 (PG - PAN) Câmera em movimento, percorrendo a terra, procurando a região metropolitana de Fortaleza (Animação)

    AUDIO: Tranquility Saint Seiya Soundtrack

    CENA 2 - FOTOS ANTIGAS

    A CENA 2 pretende mostrar imagens de Fortaleza no final do século XIX e século XX, caracterizando assim a passagem do tempo que consolidou a transformação do espaço urbano.

    T1 (PG) Barra do Ceará, final do século XIX (Foto)

    T2 (PG) Centro da cidade no início do século XX (Foto)

    T3 (PG) Barra do Ceará no início do século XX (Foto)

    T4 (PG) Praia de Iracema no início do século XX (Foto)

    T5 (PG) Centro da cidade em meados do século XX (Foto)

    T6 (PG) Barra do Ceará em meados do século XX (Foto)

    T7 (PG) Avenida do centro da cidade do século XX (Foto)

    T8 (PG) Bonde no centro da cidade, século XX, anos 30 (Foto)

    T9 (PG) Volta da Jurema, meados do século XX (Foto)

    T10 (PG) Praia de Iracema, século XX, anos 40 (Foto)

    T11 (PG) Centro da cidade, século XX, anos 40 (Foto)

    T12 (PG) Centro da cidade, século XX, anos 40 (Foto)

    T13 (PG) Porto do Mucuripe, meados do século XX, anos 50 (Foto)

    T14 (PG) Centro da cidade, século XX, anos 50 (Foto)

    T15 (PG) Praia de Iracema, século XX, anos 60 (Foto)

    T16 (PG) Centro da cidade, século XX, anos 60 (Foto)

    T17 (PG) Rua do Mercado Público, século XX, anos 60 (Foto)

    T18 (PG) Colégio, século XX, anos 60 (Foto)

    T19 (PG) Centro da cidade, século XX, anos 60 (Foto)

    T20 (PG) Praia de Iracema com crianças brincando, século XX, anos 60 (Foto)

    T21 (PG) Mercado Público, século XX, anos 70 (Foto)

    T22 (PG) Mercado Público, século XX, anos 70 (Foto)

    T23 (PG) Ponte Metálica, século XX, anos 70 (Foto)

    T24 (PG) Praia de Iracema, século XX, anos 70 (Foto)

    AUDIO: Dont`t Be That Way / Rio Jazz Orchestra.

    CENA 3 - A CONSTRUÇÃO DA GRANDE FORTALEZA

    A cena 3 pretende mostrar a transformação da cidade nos últimos anos, transformando as imagens PB em câmera em movimento por alguns espaços contemporâneos da grande Fortaleza.

    T1 (PG - PAN)Transformação das fotos dos séculos XIX e XX em imagens contemporâneas dos espaços da grande Fortaleza.

    T2 (PG - PAN) Trabalhadores na construção de um prédio, Travelling e Zoom IN/OUT.

    T3 (PG - PAN) Trabalhadores na construção de um prédio, Zoom IN/OUT.

    T4 (PG - PAN) Bairro Aldeota e ao fundo prédios da Av. Beira Mar, Travelling.

    T5 (PG) Continuação das imagens da construção, Zoom IN.

    T6 (PG - PAN) Prédios da AV. Abolição, Travelling.

    T7 (PG - PM - PAN) Construção com os trabalhadores, Zoom IN.

    T8 (PG - PAN) Prédios do Bairro Aldeota, Travelling.

    T9 (PG - PM - PAN) Barcos do Porto do Mucuripe, Zoom IN e travelling.

    T10 (PM - PAN) Prédios da Av. Beira Mar, Travelling.

    T11 (PG - PAN) Volta da Jurema, Zoom OUT.

    T12 (PM - PAN) Imagens de banhistas na Praia de Meireles, Traveling e Zoom IN.

    T13 (PG - PAN) Imagens dos prédios da Av, Beira Mar e Praia de Iracema, Travelling.

    T14 (PM - PAN) Catedral Metropolitana e Mercado Público, Zoom IN.

    T15 (PG - PAN) Praia de Iracema com prédios da Av. Beira Mar, Zoom IN.

    T16 (PG - PAN) Catedral Metropolitana e Mercado Público, Zoom OUT.

    T17 (PG - PAN) Bairro da Varjota, Travelling.

    AUDIO: Going Out Of My Head Performed by Fatboy Slim.

    CENA 4 - A FORTALEZA TURÍSTICA

    A CENA 4 mostra alguns atrativos turísticos da cidade.

    Texto gerado em tela preta.

    Bem -vindos à Fortaleza.

    Aqui você encontra belas praias, um povo hospitaleiro e uma cultura singular.

    T1 (PG - PAN) Paredão de pedras do Porto do Mucuripe com cataventos, Travelling.

    T2 (PG - PAN) Meninos brincando na Praia de Iracema, Travelling.

    T3 (PG - PAN) Onda do mar, Praia de Iracema.

    T4 (PG - PAN) Volta da Jurema e Porto do Mucuripe, Travelling.

    T5 (PG - PAN) Coqueiro e jangada na Volta da Jurema, Zoom OUT.

    T6 (PG - PAN) Crianças tomando banho de mar, Volta da Jurema, Zoom IN.

    T7 (PG - PAN) Jangadeiro remando no mar, próximo ao Porto do Mucuripe, Zoom OUT.

    AUDIO: No Ceará é Assim / Raimundo Fagner.

    CENA 5 - DEPOIMENTO DE UMA MORADORA DE FORTALEZA

    Texto gerado em tela preta.

    Não procure sexo com crianças e adolescentes. Saiba que eles não estão à venda.

    T1 (PG - PAM) Rio Cocó, Favela Aerolândia, Travelling.

    T2 (PG - PM - PAN) Bairro Aldeota com imagem da depoente, travelling.

    T3 (PG - PM - PAN) Favela Aerolândia com imagem da depoente, Travelling.

    T4 (PG - PAN) Avenida Historiador Raimundo Girão, Travelling .

    T5 (PG - PAN) Favela Serve Luz, Travelling.

    AUDIO: Fala do depoente e música Janela de Apartamento de Décio Rocha.

    CENA 6 - DEPOIMENTOS DOS ENVOLVIDOS

    A cena 6 contará com os depoimentos escolhidos de duas meninas sendo uma de 12 e uma de 17 anos e um menino de 15 anos. A cena foi dividida em blocos temáticos.

    1 DEGRADAÇÃO FAMILIAR

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T3 (PD) Mãos do menino de 15 anos.

    T4 (PM) Perfil do rosto da menina de 17 anos.

    T5 (PM) Perfil do rosto da menina de 17 anos.

    2 DROGAS

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T3 (PG - PAN) Bairro Aldeota e Varjota, Travelling.

    T4 (PM) Costas da menina de 12 anos.

    T5 (PG - PAN) Favela Serve Luz, Travelling.

    T6 (PM) Perfil do rosto da menina de 17 anos.

    T7 (PG - PAN) Encruzilhada, Zoom IN.

    3 DESEMPREGO

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PG - PAM) Rio Cocó, Favela Aerolândia, Travelling.

    T3 (PM) Rosto da menina de 17 anos.

    4 VIOLÊNCIA

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PD) Perfil do rosto do menino de 15 anos.

    T3 (PG - PAN) Avenida Beira Mar e Praia de Iracema, Travelling.

    T4 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T5 (PG - PAN) Avenida Historiador Raimundo Girão, Travelling.

    T6 (PG - PAN) Avenida Beira Mar, calçadão da Praia, Travelling.

    T7 (PG - PAN) Avenida Beira Mar, calçadão da Praia, Travelling.

    T8 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    5 MISÉRIA

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PG - PAN) Parque Cocó, Zoom IN/OUT, Travelling.

    T3 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T4 (PG - PAN) Bairro Varjota, Travelling.

    T5 (PG - PAN) Bairro Aldeota, Travelling.

    6 TURISMO SEXUAL

    T1 (PG) Aparecimento do título do Bloco temático. (Animação)

    T2 (PG - PAN) Aeroporto Internacional de Fortaleza, embarque, Travelling.

    T3 (PG) Placa do desembarque doméstico. ( Foto)

    T4 (PM) Costas da menina de 17 anos.

    T5 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T6 (PM) Costas da menina de 17 anos.

    T7 (PM) Rosto do menino de 15 anos.

    T8 (PD) Boca do menino de 15 anos.

    T9 (PM) rosto da menina de 17 anos.

    AUDIO: Fala dos depoentes e música Janela de Apartamento de Décio Rocha.

    CENA 7 - DEPOIMENTO FINAL

    Nesta cena a moradora da cidade da fala anterior aos depoimentos volta falando sobre política e sociedade e o texto final do vídeo.

    T1 (PG - PAN) Avenida Abolição, Travelling.

    T2 (PG - PM - PAN) Avenida Abolição com rosto da depoente, Travelling.

    T3 (PG - PM - PAN) Bairro Varjota com rosto da depoente, Travelling.

    T4 (PG - PAN) Jangadeiro no mar, Zoom IN.

    T5 (PG - PAN) Favela Serve Luz, Travelling.

    T6 (PG - PAN) Avenida Historiador Raimundo Girão, Travelling.

    T7 (PG - PAN) Favela Aerolândia, Travelling.

    T8 (PG - PAN) Praia de Iracema com prédios da Avenida Beira Mar, Travelling.

    T9 (PG - PAN) Meninos na Praia de Iracema, Travelling.

    AUDIO: Fala do depoente e música Janela de Apartamento de Décio Rocha.

    CENA 8 - ENCERRAMENTO

    Texto das tomadas finais.

    Durante anos anestesiada diante a utilização indiscriminada da criança e do adolescente como objeto sexual, a sociedade brasileira parece ainda não ter noção do problema.

    T1 (PG - PAN) Encruzilhada, Zoom IN/OUT.

    T2 (PG - PAN) Menina no Calçadão da Praia de Iracema, virada para o mar, Zoom IN.

    T3 (PG - PAN) Apresentação dos telefones para denúncia sobre a imagem da tomada anterior.

    AUDIO: Tranquility Saint Seiya Soundtrack

    CENA 9 - CREDITOS FINAIS

    1. Estrutura
    2. Coordenação Acadêmica
    3. Direção
    4. Roteiro e Texto
    5. Produção
    6. Apoio Técnico
    7. Imagens
    8. Animações
    9. Pesquisa da Trilha Sonora
    10. Edição de Áudio
    11. Edição de Imagens
    12. Assistência de Edição
    13. Trilha Sonora
    14. Agradecimento especial
    15. Agradecimentos
    16. Dedicatória

    AUDIO: Janela de Apartamento de Décio Rocha.

    FORMATO – DURAÇÃO

    Vídeo : DV (Digital Vídeo) Resolução 720x480 pixel de aspecto de 0,9. 24 quadros por segundo em compactação MPEG2 (DVD) e 11.000 Kbits/s.

    Áudio : MPEG, estéreo, 48kHZ, 256 Kbits/s.

    1. SISTEMA DE GERAÇÃO
      1. Pinnacle Studio 8 para o áudio e vídeo
    2. SISTEMA DE EDIÇÃO
    3. Não-linear, produzido através de arquivos digitais

      Edição e sonoplastia – Pinnacle Studio 8.0 e Adobe Premier 6.5

      ANIMAÇÕES

      Animações – Abobe After Effects 5.0 em Animações 3D, 3D Studio max 5.0

      DESIGNER

      Designer – Corel Photopaint 8.0

      ARTE FINAL

      Arte Final – Corel Draw 8.0

      MASTERIZAÇÃO

      Masterização em DVD – B`s recorder Gold Basic

    4. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    É tempo de guerras sociais, culturais e econômicas. A impunidade, a ausência de políticas sociais, o desemprego e a miséria movem a sociedade moderna dos grandes centros urbanos do mundo.

    A exploração sexual através do turismo é mais acentuada entre crianças e adolescentes de baixa renda da região metropolitana de Fortaleza; crianças que geralmente vivem nas favelas e núcleos habitacionais e são empurradas para a prostituição pela miséria e exclusão social. Atinge, também, alguns jovens de classes sociais mais favorecidas, que são levados, em geral, para a prostituição com a finalidade de obterem drogas e melhores padrões de consumo.

    A miséria, o envolvimento com drogas e a desagregação familiar foram os componentes identificados como os principais fatores no aliciamento de crianças e adolescentes no turismo sexual na região metropolitana de Fortaleza. O fenômeno, intenso, é estimulado por uma verdadeira rede organizada que inclui agências de turismo, hotéis, barraqueiros de praia, caminhoneiros e, também, empreendimentos de estrangeiros implantados na cidade, que é um pólo turístico muito importante.

    Observa-se que existe um grande interesse de crianças e adolescentes pelos turistas sexuais americanos e europeus, para a manutenção de um "status", por ser um envolvimento internacional e adquirir melhores condições de vida.

    Sabe-se, hoje, que o turismo sexual, em Fortaleza, volta-se cada vez mais para crianças e adolescentes de ambos os sexos, com exploração das mais diversificadas formas.

    Fortaleza está incluída entre as três capitais brasileiras como uma das mais procuradas para a prática do turismo sexual infanto-juvenil. Organizações não-governamentais, juntamente com a atuação dos governos Municipal, Estadual e Federal, vêm tentando punir responsáveis e agenciadores pela prática e tentando resolver problemas sociais relacionados à miséria, falta de educação, violência doméstica, disparidade econômica e social, criando projetos de recuperação para meninas e meninos envolvidos na prostituição.

    Na minha concepção e sobre a experiência vivida com essas crianças e adolescentes, penso que a sociedade, juntamente com os organismos governamentais e não-governamentais, deve promover ações preventivas nas comunidades da região metropolitana de cidade, informando o risco de envolvimento com pessoas estranhas, sobre os danos fisiológicos causados pela exposição do corpo sem preparação, sobre a utilização de drogas, e desenvolvendo projetos culturais e sociais nas comunidades com maior incidência de crianças e adolescentes envolvidos na atividade.

    Pelo que se vê, o Governo brasileiro não tem condições de inserir as crianças e os adolescentes já envolvidos na prostituição em projetos de recuperação e redução de danos. Como vivemos em um momento em que o capitalismo demanda nossos sonhos, essas crianças e adolescentes não querem ganhar um salário mínimo oferecido pelo governo, se em situações mesmo que insalubres preferem utilizar as ruas como fonte de sobrevivência, ganhando mensalmente em média dez vezes mais do que o governo oferece em seus projetos.

    Minha contribuição para a erradicação do turismo sexual infanto-juvenil na região metropolitana de Fortaleza foi a produção do vídeo-denúncia "Máscara Urbana". Parte desse estudo foi desenvolvida no quarto capítulo deste trabalho e uma cópia do filme em DVD, anexada ao trabalho.

    As propagandas de turismo ainda mostram mulheres como chamariz em anúncios de agências internacionais que mandam turistas para conhecer o carnaval do Brasil e suas belas praias. A desfaçatez da indústria que alimenta o turismo sexual é visível na propaganda turística há muitos anos. O Brasil é apresentado no exterior como um país paradisíaco, onde se pode desfrutar de sol, praias e mulheres.

    Durante anos anestesiada diante da utilização indiscriminada de crianças e adolescentes como objetos sexuais, a sociedade brasileira parece ainda não ter noção da dimensão do problema. Mas, a exemplo das feministas que sempre denunciaram a prática do turismo sexual envolvendo mulheres, surgem movimentos específicos que denunciam e combatem o turismo sexual infanto-juvenil. Denuncie essa prática!

    Mais do que conclusões, este trabalho pretende deixar aberta a porta para as críticas, reflexões e debates referentes ao tema aqui desenvolvido. Portanto, as conclusões parciais deste estudo são interpretações sobre a experiência vivida ao longo da pesquisa. As considerações finais são resultantes do processo de pesquisa, análise e interpretação sobre o problema do turismo sexual que envolve a exploração de crianças e adolescentes.

    7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    1. Bibliográficas
    2. ARAUJO, Cíntia Möller. Ética e qualidade no turismo do Brasil. São Paulo: Editora Atlas S.A. 2003.

      BARREIRA, César. Crimes por encomenda: pistolagem e violência no cenário brasileiro. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1998.

      BARREIRA, César. (Coord.). Ligado na Galera - Juventude, Violência e Cidadania na Cidade de Fortaleza. Brasília: UNESCO Brasil, 1999.

      BARREIRA, Irlys. (Coord.). Os desafios da Gestão Municipal Democrática. Fortaleza: Centro Josué de Castro - Instituto Polis, 1998.

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    7. Entrevistas

    Almira Ferreira de Oliveira - Gestora do Núcleo da Rede de Ouvidores do Estado do Ceará. Entrevista concedida em set. 2003.

    Renato Rezende do Centro de Defesa da Criança e do adolescente (CEDECA) do Estado do Ceará, em set. 2003.

    Caio Luiz de Carvalho - ex.- Presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e ex.- Ministro do Esporte e Turismo. Conversa em viagem de São Paulo/Brasília, em mar. 2003.

    Maria José Bacelar Guimarães do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher, da Universidade Federal da Bahia. Em entrevista cedida à Revista ComCiência.

    ANEXOS

    ANEXO A

    Mapa de alguns pontos da exploração sexual infanto-juvenil

    ANEXO B

    Material gráfico do DVD

    ANEXO C

    Entrevista de crianças e adolescentes envolvidos com o turismo sexual

    Entrevista elaborada para abordagem de crianças e adolescentes envolvidos na prática do Turismo Sexual:

    1. Sexo,Idade;
    2. Grau de instrução;
    3. Situação familiar - Casa dos Pais, casada(o), filhos;
    4. Endereço fixo;
    5. Tipo de trabalho;
    6. Se trabalha, Qual a renda mensal?
    7. Outro tipo de trabalho;
    8. Algum envolvimento com drogas;
    9. Algum envolvimento sexual.

    Entrevistas

    1ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 13 anos, não estudo mais, estudei até a 5º Série do 1º Grau, moro no Mucuripe, aqui bem pertinho! Moro com minha mãe. As vezes não durmo em casa, mais não posso dizer onde durmo não!

    Eu trabalho nos feriados e período de férias em uma agência de modelos numa barraca lá na Praia em Iracema, eu ganho uns 60 reias por dia, não dá para tirar mais do que isso não.

    Eu conheço alguns traficantes l

    Á da minha rua, da casa da minha mãe, meus amigos da rua fumam muita maconha mas eu nunca tive vontade de experimentar não!

    A maioria dos homens vem de Portugal e alguns são holandeses que passam férias aqui no estado, tem um deles que quer me levar para a Europa quando eu fizer 18 anos.

    Eu sei falar Italiano mais não sei escrever nadinha.

    2ª Entrevista - Sexo masculino

    Tenho 15 anos, eu nunca estudei não! Minha mãe nunca deixou não! Meu pai morreu, eu tinha 12 anos de idade, minha irmã morreu na rua atrás de drogas.

    Moro lá no Bairro de Pecém, sabe onde é? Muito longe daqui! Moro com a minha tia, meus pais moram no interior, lá em Camocim.

    Eu presto serviços em uma empresa de construção, eu tiro por mês 1200 reais.

    Quando eu não tenho dinheiro eu vou para a Beira Mar ganhar algum trocado para mandar para os meus pais no interior.

    Eu trabalho com uns portugueses à noite em uma danceteria.

    Quando eu tinha 12 anos, eu fumava muita maconha, hoje em dia eu não fumo muito mais não.

    Quem é você? Porque me pergunta tudo isso? Sabe qual é o problema! É que no Ceará não tem emprego para todo mundo e às vezes trabalho como garoto de programa na danceteira dos portugueses, acho ruim?

    Cara esses caras que na época do verão saem das suas cidades e vem pra cá e arruma emprego pra gente na danceteria deles.

    3ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 11 anos, nunca fui para a escola, moro na Barra do Ceará com meus pais, trabalho vendendo frutas na Praia de Iracema, eu ganho uns 35 reais por dia. As minha amigas usam muita droga, todo dia eu vejo alguém usando.

    Vem uns caras que não falam igual eu, eles me dão um trocado e querem me comer, não querem nem saber se eu estou menstruada. Depois eles me dão um trocado e marcam no outro dia no mesmo lugar, se ainda não estiverem indo embora.

    Quando eu não consigo vender as frutas, eu apanho quando chego em casa, ai eu tento conhecer e conquistar algum desses caras para conseguir o dinheiro.

    Meu irmão tá vindo ali, preciso ir embora, meu irmão vai dizer que estou conversando demais.

    OBS: Isso aconteceu em uma noite ás 22:40 onde já era impossível alguma criança de 11 anos ir trabalhar.

    4ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 12 anos, não estudei não! Moro lá no Papicu, com minha mãe e meu pai.

    Ganho dinheiro lá na Beira Mar quando peço do turista, eu ganho uns 15 reais por dia. Quando meu irmão tem, eu fumo maconha e volto pra casa para dormir, lá não tem comida de noite.

    Eu só faço sexo se o cara pagar, em troca de dinheiro lá na Praia de Iracema, sabe onde é?

    5ª Entrevista - Sexo masculino

    Tenho 14 anos, estudei até a 3ª série. Sabe onde eu moro, lá naquela favela, quando vamos para a Praia do Futuro, sabe onde é? Lá na Favela Serve Luz, conhece? Lá mora eu, minha mãe, meu pai e mais 5 irmãos.

    Lá no bar do meu tio , onde eu trabalho de dia, é muito ruim! Ele não me paga, ai eu passei a roubar lá na caixinha de dinheiro dele.

    Eu tiro 20 reais por dia.

    Todo dia eu vejo os traficantes daqui na Beira Mar, os gringos gostam muito de drogas.

    Eu tenho um primo que tem um apartamento lá na Praia de Iracema onde tem uns homens de outros países, e é lá onde acontece de tudo.

    6ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 16 anos, estudei muito até a 6ª série, eu moro na casa dos meus pais. Trabalho em uma casa de família, cuido de duas crianças lá! Lá eu ganho 285 reais por mês.

    Na rua a gente mexe com drogas, os gringos sempre tem e dão pra gente.

    Nas horas que eu não tô trabalhando vou até a Praia de Iracema ganhar uns trocados para ajudar minha mãe em casa.

    7ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 17 anos, fiz até a 7ª série do 1ºgrau, né? Eu não moro com meus pais, moro em uma casa de prostituição no Bairro do Mucuripe. Trabalho como modelo na Agência. Ganho uns 800 reais por semana.

    Meus pais se mudaram para Aracati, aqui no Ceará mesmo! Eles acham muita violência aqui em Fortaleza. Eu uso drogas quando estou com dinheiro pra comprar.

    Os estrangeiros usam muita droga, eu vivo do sexo que eu faço com os estrangeiros.

    8ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 14 anos, eu nunca estudei, já fui à escola, mas não gostei não!

    Minha mãe me batia, porque eu não ia para a escola, eu moro com minha mãe e meu pai. Ainda não trabalho não.

    Eu ganho uns 10 reais por dia aqui na Praia mesmo. Aqui sempre aparece um gringo querendo trocar sexo por dinheiro.

    9ª Entrevista - Sexo masculino

    Tenho 13 anos, eu nunca estudei, tenho que trabalhar na minha casa tenho mais 6 irmãos. Moro aqui no Papicu com minha mãe.

    Eu vou lá pra Praia do Futuro vender coco todos os dias, quando eu não tenho dinheiro. Tiro uns 30 reais.

    Credo nunca experimentei drogas não. As vezes eu transo com uns caras estranhos lá, eles transam sempre por dinheiro.

    10ª Entrevista - Sexo feminino

    Tenho 12 anos, estudei num negócio da Alfabetização Solidária aqui por uns seis meses, mas eu não gostei não.

    Minha mãe fala para eu ir para a escola mas eu não quero ir não, prefiro ficar aqui na praia, aprendendo outras coisas. Aqui eu aprendo fazer rede, um monte de coisas. Ganho uns 10 reais por dia.

    Não, não conheço drogas não!

    Lá na Praia do Futuro em uma barraca que eu não vou falar tem uns cara lá que me dão dinheiro, mas eles não moram no Brasil não, eles moram muito longe daqui!

    OBS: Essa entrevista foi feita as 22:40 na Praia de Iracema onde o fluxo de turistas em busca de sexo é intenso.

    Entrevistas realizadas no período de 20/04/2003 até 22/05/2003 na cidade de Fortaleza/CE durante a tarde e a noite.

    APÊNDICE

    Apêndice Único

    Entrevista realizada com Maria José Bacelar Guimarães, coordenadora administrativo-financeira do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame).

    O Chame surgiu a partir de uma demanda do FraueninformationsZentrum (FIZ), o Centro de Informação para Mulheres da Ásia, África, América Latina e Leste Europeu, baseada na constatação do alto percentual de brasileiras envolvidas em casos de tráfico internacional de mulheres e na necessidade de estabelecer políticas de prevenção nos países de origem. O Chame foi implantado em Salvador/Bahia em 1994. A partir de 1997, foi instituído como projeto permanente de extensão do Neim (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), da Universidade Federal da Bahia e, em 2001, tornou-se uma associação civil sem fins lucrativos.
    Maria José Bacelar Guimarães concedeu entrevista à ComCiência falando do turismo sexual e do tráfico de mulheres, e revelando a necessidade de conscientização e sensibilização da sociedade para as questões que envolvem essas práticas.

    ComCiência - O que se deve considerar como turismo sexual?

    Maria José - O turismo sexual se caracteriza pelo deslocamento de homens de países ricos para países pobres ou em desenvolvimento, em busca de aventuras eróticas. Assim, é considerado turista sexual o estrangeiro vem ao Brasil com o objetivo específico de encontrar mulheres jovens ou adultas com as quais possa realizar fantasias sexuais. Mas esses homens não procuram profissionais do sexo, e sim garotas ou mulheres que os acompanhem durante sua permanência no país, não apenas atendendo sua expectativa sexual, mas servindo como guias, indicando desde pontos turísticos, até os locais mais seguros para que eles circulem sem que sejam explorados. Desse modo, o turismo sexual em geral vem acompanhado de outras condições, o que dá ao turista uma temporada no Brasil mais barata (porque não pagam guias turísticos, por exemplo), e livre de problemas (porque se sentem mais seguros). Quando estudamos o turismo sexual estamos nos referindo a esses casos, que algumas vezes são uma porta aberta para o tráfico de mulheres. A migração feminina se configura como tráfico quando as mulheres são envolvidas emocionalmente para concordarem com sua saída do país e, ao chegarem no exterior, têm seus documentos apreendidos e são impedidas de deixarem os locais em que se encontram, enfim, quando sua liberdade de ir e vir é tolhida e a mulher permanece "presa" a uma pessoa ou a um grupo de pessoas. Alguns argumentam que o fato da mulher ter decidido livremente deixar seu país não caracteriza o tráfico. Entretanto, ao afirmarem isso, as pessoas não consideram um ponto importante: as circunstâncias em que a mulher concordou. Ou seja, de um modo geral ela desconhece, antes de sair do Brasil, as condições de vida que terá no país de destino e só ao chegar lá se defrontará com a dura realidade, que envolve discriminação, violência e abuso sexual, trabalho ilegal, escravidão, dentre outros. Há ainda um outro fator que também é decisivo nessa decisão: acalentamos o "sonho" de que o casamento com um estrangeiro, as perspectivas de um trabalho e a vida no exterior constituem em excelentes oportunidades para melhorar suas condições de vida. É evidente que esse sonho é alimentado pelo total desconhecimento das reais condições em que se vive como migrante em outro país, em especial em um país desenvolvido.

    ComCiência - Como vêm se desenvolvendo as pesquisas sobre relações de gênero e turismo sexual?

    Maria José - Esse não é um tema simples, ao contrário, é bastante complexo, e envolve uma multiplicidade de fatores (culturais, políticos, econômicos, psicossociais, étnicos etc.). No Brasil, este é um tema muito pouco estudado. Entre os principais pesquisadores brasileiros estão Adriana Piscitelli, pesquisadora da Unicamp, que desenvolveu uma pesquisa sobre Fortaleza, e Antônio Jonas Dias Filho, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que estudou o turismo sexual em Salvador. Também o Chame tem produzido textos voltados para o trabalho de sensibilização e para a divulgação da temática em eventos nacionais e internacionais. Em julho de 2001 o Chame publicou o trabalho intitulado "Empresário procura mulher jovem, morena, bonita, liberal... - Explorando os anúncios de estrangeiros" resultado de uma pesquisa desenvolvida por mim, articulando, na análise dos anúncios veiculados por estrangeiros em jornal local, a teoria de gênero e o turismo sexual e a migração feminina internacional, temas envolvidos nesse material. De qualquer modo, não se deve esperar que uma pesquisa possa fornecer números e percentuais exatos acerca do turismo sexual, afinal não existem pessoas que se identifiquem como turistas sexuais, pois essa é uma prática que ocorre à revelia da lei, na clandestinidade.

    ComCiência - É possível dizer que o turismo sexual é mais freqüente no litoral?

    Maria José - O turismo sexual no Brasil é realmente muito mais freqüente nas cidades litorâneas. Em parte isso se deve exatamente a uma espécie de pacote turístico que as agências de turismo divulgam e que coloca o conjunto praia, sol e mulheres brasileiras. O corpo seminu da mulher é freqüentemente veiculado nessas propagandas, até mesmo quando estão divulgando o turismo ecológico.
    Esse conjunto é a imagem do Brasil que é passada no exterior. Fica claro para o turista que aqui ele vai encontrar sol, mar, comidas exóticas e muitas mulheres à sua disposição. Pensando nas conseqüências dessas propagandas é importante que seu conteúdo seja alterado, porque até mesmo propagandas oficiais trazem esses elementos como um atrativo. É importante frisar que é possível fazer uma propaganda turística exaltando os monumentos históricos, a comida representativa da nossa cultura e a beleza natural das praias, sem utilizar o corpo da mulher, a exemplo do que vemos em propagandas turísticas da maior parte dos países europeus.

    ComCiência - De que forma essa imagem da mulher se formou?

    Maria José - Acredito que isso tenha raízes históricas na nossa cultura. Os livros de Jorge Amado, por exemplo, que foram traduzidos em inúmeras línguas, trazem a figura feminina como sendo a mulher "de cama, mesa e banho", à serviço do homem. Essa é a imagem da mulher brasileira que é vendida no exterior. Os estudos de Gilberto Freyre mostram como a mulher, principalmente negra, tinha uma condição diferente. A mulher negra é aquela que estava à disposição do dono da casa e também dos visitantes, transformada em objeto de satisfação dos seus desejos. A mulher branca era a dona da casa, aquela que deveria procriar, era preservada, não ficava exposta às vistas dos visitantes. Tanto que as casas tinham um espaço reservado para as mulheres e não era permitido ao visitante ter acesso a ele. Existe nesses exemplos uma visão sobre a mulher branca e sobre a mulher negra. Essa imagem da mulher negra, fortemente associada a uma função sexual, continua presente hoje e apresenta como alvo central os corpos das mulheres, representados como objetos de desejo, transformados em símbolo nacional. Na realidade do turismo sexual, apesar da preferência evidente pela mulher negra, trata-se da mulher brasileira, seja ela branca ou negra. É uma situação que pode envolver todas as mulheres. Por outro lado, também não considero que o turismo sexual envolva exclusivamente mulheres oriundas de famílias de baixa renda, porque existem muitas mulheres e garotas que sonham namorar estrangeiros, esperando encontrar o "príncipe encantado", aquele que transformará a sua vida, tornando-a "feliz para sempre", em um país "civilizado".

    ComCiência - Por onde passa a solução dessa questão?

    Maria José - Essa questão demanda antes de tudo uma mudança de mentalidade, demanda a sensibilização das pessoas para que percebam o que está por trás desses homens que aqui chegam de férias, cheios de gentilezas e dólares, e agora euros, para gastar. O Chame foi criado a partir da experiência de sua fundadora, a brasileira Jaqueline Leite, no atendimento a migrantes da América Latina no FIZ . Esse centro é uma associação independente, sediada em Zurique/Suíça, que tem por objetivo principal o combate à exploração de mulheres estrangeiras na Suíça, e é mantido por diversas organizações de mulheres, instituições de políticas desenvolvimentistas, centros religiosos e fundos públicos do governo suíço. Anualmente, eles enviam uma estatística do atendimento, mantendo-nos informados sobre o atendimento pessoal, atendimento telefônico, atendimento a mulheres e crianças e os temas dos atendimentos. Essas informações são importantes para avaliarmos não só a demanda como também os principais problemas vividos pelas mulheres migrantes. No ano de 2000, por exemplo, último relatório recebido, o FIZ atendeu a 1797 mulheres, destas, 313 com crianças na Suíça e 279 com crianças em outros países. Entre os temas do atendimento a violência (psíquica, física e sexual) foi relatada por 205 mulheres, separação e divórcio por 135, direitos de estrangeiros, 114, dentre outros.

    A criação do Chame visou alertar e prevenir a sociedade para os riscos da exploração da mulher jovem e adulta nas diferentes formas de migração e recrutamento para o trabalho forçado (sexual, doméstico e demais modalidades de escravidão, usualmente relacionadas à violência física e/ou psicológica), respeitando a sua liberdade de escolha.

    ComCiência - Em quanto a participação de crianças e adolescentes na prática do turismo sexual?

    Maria José - Quanto ao tema prostituição infantil, ele não faz parte da abordagem do Chame. No que se refere ao envolvimento de meninas com o turismo sexual, é um crime caracterizado na legislação brasileira como pedofilia e os envolvidos nessa prática são devidamente enquadrados na lei. Para tanto, é indispensável a denúncia, para que a polícia instaure o inquérito que apurará os fatos e dê prosseguimento à ação condenatória dos responsáveis. Esta, inclusive, tem sido uma preocupação constante dos órgãos governamentais, no sentido de abolir definitivamente esse tipo de ação, seja ela praticada por estrangeiros ou brasileiros.

    No que se refere ao tráfico de mulheres, uma situação que dificulta muito a ação da justiça é a raridade das queixas. Essa situação ficou visível pelo Centro de Referência de Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), que identificou raras ocorrências de denúncia do tráfico. Esse fato não só dificulta a investigação como também, e principalmente, inviabiliza o conhecimento dessa realidade. Entretanto, é de certo modo compreensível essa dificuldade, uma vez que o tráfico de mulheres é ligado a uma rede de poder muito forte e as mulheres são coagidas e intimidadas, sob o risco de vida não só delas como de seus familiares, para se manterem em silêncio. A percepção dessa dificuldade, a partir, inclusive dos resultados da pesquisa do Cecria, tem mobilizado os órgãos governamentais no sentido de propiciar a proteção das testemunhas. Apesar disso, a garantia de direitos no que se refere a essas questões ainda é muito precária em nosso país, e torna necessária uma luta constante da sociedade civil organizada para conseguir avanços.

    AGRADECIMENTOS

    À ti meu Deus, puro e maravilhoso! Sua presença muitas vezes despercebida, sempre constante e eficaz em cada passo da minha vida.

    À minha família e meu irmão Lúcio, que sempre estiveram presentes em cada passo que dei, foram de valia inestimável.

    Aos meus amigos Eduardo Nascimento e Joelmo da Silva que sempre me receberam em Fortaleza com todo carinho. Ao Fábio Serra Caldas pela paciência e carinho nos momentos difíceis e felizes durante a execução deste trabalho.

    À professora Fernanda Severo, um agradecimento cheio de carinho e admiração. Sua orientação foi indispensável para a concretização deste trabalho, transmitindo sempre sabedoria e conhecimento.

    Aos meus colegas, que nesse curso, nesta Instituição de Ensino trilharam comigo estes quatro anos. Aos meus professores que contribuíram para a minha formação.

    Ao produtor e editor de vídeo Jorge Chediack pela colaboração e dedicação na produção do vídeo parte dessa obra.

    O carinho, o apoio e a ajuda que estas pessoas proporcionaram serão sempre lembrados e farão parte do registro da minha história.

    Dedico esta monografia em memória à minha Avó Maria Jorge Miguel e a minha Tia Maria Ignêz Bouere Abijaudi que sempre lutou pelos direitos humanos e que sempre torceram por mim. À todas as crianças e adolescentes que estão envolvidas em situações trágicas em nosso país.

    Muito Obrigado!!!

    Autor:

    Rodrigo Miguel Boueri

    rboueri[arroba]ig.com.br

    CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA

    INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASÍLIA - IESB

    CURSO DE TURISMO

    Brasília

    2004

    Monografia apresentada ao Curso de Turismo do IESB, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

    Orientadora: Profª Drª Fernanda Severo

    Partes: 1, 2, 3


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