Escravismo colonial e capitalismo

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Escravismo colonial e capitalismo
A implantação da escravidão como elemento chave da organização econômica das colônias atendeu as exigências do sistema capitalista nascente e de sua efetivação na periferia do Sistema Colonial, ou seja, a escravidão foi fundamental para a realização da acumulação do capital.
O trabalho compulsório no Brasil abrangeu dois tipos de escravidão: a indígena (o escravismo vermelho) e a negra africana. A primeira, apesar de toda a reação contrária dos religiosos, foi praticada em determinados períodos, até 1759, quando um decreto pombalino aboliu a escravidão indígena. Quanto à escravidão africana, a mão-de-obra negra, além de garantir a instalação de um complexo sistema produtor de açúcar na colônia,
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Nesse sistema em que se inserem as relações travadas entre metrópoles europeias e suas colônias ao longo dos séculos 16, 17 e 18, o Brasil assumiu a forma de colônia de exploração montada com grande volume de capital europeu, com trabalho compulsório (escravo) e produzindo produtos que não havia na Europa, sendo que a Europa também não os produzia. Na verdade, essa forma de empresa mercantil elaborada, isto é, com um capitalismo montado de fora, assentado sobre a grande propriedade rural e com trabalho escravo, visava ao fornecimento desses produtos e de matéria- prima para o exterior.

Outra tese que segue a linha de Caio Prado e, portanto, de Marx, é a do historiador Fernando Novais. Diz ele que a colonização no Brasil (e na América) esteve inserida no que se chamou de Antigo Sistema Colonial (séculos 16 ao 18), indo até meados da Revolução Industrial, período este que marcou a transição do feudalismo para o capitalismo. Esse sistema esteve voltado para a acumulação primitiva de capital para a Europa e teve como base a propriedade monocultora, produzindo produtos tropicais, cujo “dinheiro” é representado pelo metal (ouro e prata); baseou-se também no trabalho compulsório (escravo) e no Pacto Colonial (monopólio colonial da metrópole), isto é, as colônias não poderiam produzir ou trocar alguma coisa antes de passar pela metrópole portuguesa, onde se pagavam os impostos. Tal pacto é objetivamente o elemento regulador dessa

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