Le Goff, Jacques. Documento/Monumento. In: _____História E Memória. Tradução Bernardo Leitão (et al.). Editora da Unicamp, Campinas, 1990.

Luciana Sousa da Silva

A memória coletiva e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: (...) os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador.
(Jaques Le Goff)

Jacques Le Goff, historiador francês e importante estudioso da Antropologia medieval, em seu artigo “Documento/Monumento” fez uma análise criteriosa sobre as diversas formas de produção histórica no decorrer dos tempos, discutindo a relação existente entre monumento e documento.

1. Os materiais da memória coletiva e da história

“O monumento tem como características o …exibir mais conteúdo…

2. O século XX: do triunfo do documento à revolução documental “Os fundadores da revista "Annales d'histoire économique et sociale" (1929), pioneiros de uma história nova, insistiram sobre a necessidade de ampliar a noção de documento: A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. Quando estes existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos, quando não existem” (p. 539-540). Foi na Escola de Annales através de seus fundadores que a história se modernizou, proporcionando iniciativas para a diversificação do uso das fontes, rompendo dessa maneira a limitação do uso exclusivo do documento escrito. Portanto, hoje os vestígios (ilustrados, sonoros, imagens, etc.) tanto do passado como do presente podem ser considerados documentos com possibilidades para a pesquisa histórica. “A revolução documental tende também a promover uma nova unidade de informação: em lugar do fato que conduz ao acontecimento e a uma história linear, a uma memoria progressiva, ela privilegia o dado, que leva à série e a uma história descontínua” (FURET apud LE GOFF, p. 543). De acordo com Le Goff a revolução documental marca a era da documentação de massa, ampliando o contexto documental que atualmente possui