Oligarquia acciolina república velha

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Oligarquia Acciolina República Velha.

Após a proclamação da República no Brasil, em 1889, o quadro político-econômico do Ceará começou a se transformar. Alguns anos depois, teria início a poderosa oligarquia acciolina, que recebeu esse nome por ser comandada pelo comendador Antônio Pinto Nogueira Accioli, que governou o estado de forma autoritária e monolítica entre 1896 e 1912. A situação de desesperadora miséria e abandono social era uma marca profunda do Ceará nessa época, o que levou ao surgimento de diversos movimentos messiânicos ao longo do século XIX e XX, tendo como líderes religiosos Antônio Conselheiro (que formaria na Bahia o arraial de Canudos), Padre Ibiapina, Padre Cícero, Beato Zé Lourenço, etc. Surgiu também outro
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A maioria da população acolheu com euforia o nome do tenente-coronel, logo considerado o salvador, a solução para todas as mazelas do Ceará. A campanha mobilizou os fortalezenses como poucas vezes na história do Ceará. As passeatas, mobilizações, e os discursos se sucederam no centro de Fortaleza sob o olhar intimidador da oligarquia. O mais curioso de tudo é que a campanha pró-Rabelo ocorria sem a presença do candidato, que só chegaria ao estado em março de 1912, após a queda do comendador. A 29 de dezembro de 1911, uma manifestação oposicionista promovida na Praça do Ferreira foi dissolvida pela cavalaria da policia, havendo troca de balas e um saldo de muitos feridos. Estava declarada oficialmente a guerra entre rabelistas e acciolistas. Em protesto a Associação Comercial decidiu pelo fechamento do comércio por uma semana, no que foi apoiada pela população, que chegou a apedrejar as casas comerciais que não aderiram a paralisação. Ao mesmo tempo, catraieiros e condutores de bondes entraram em greve, enfrentando a policia com paus, pedras e barricadas. O apoio silencioso e implícito dado pelo exército às manifestações da oposição, irritou o velho babaquara, como Accioly era chamado pelos adversários. Fortaleza era pura agitação. As acusações, os manifestos, as passeatas, os comícios e as provocações geravam um clima de euforia. Com o aumento da participação popular e com a cidade em pé de guerra, Accioly renunciou em 24 de janeiro de 1912.

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