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A contribuição da metodologia recreação e cidadania no processo de ensino-aprendizagem com a educaçã (página 2)

Lisete Maria Massulini Pigatto
Partes: 1, 2, 3, 4, 5

CAPÍTULO 1

A RELEVÂNCIA SOCIAL DO TEMA

Em virtude da relevância social do tema, a Educação Fiscal vislumbra a possibilidade de ser incluída nos temas transversais, fazendo parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Percebido como uma proposta curricular sugestão a ser desenvolvida nas escolas. Nos seus fundamentos expressam conceitos e valores importantes à democracia. Correspondem a questões urgentes a serem debatidas e trabalhadas na sociedade brasileira de várias formas contemplando o desenvolvimento da cidadania.

De perspectiva ampla, traduzem as preocupações de todo o País. Os Temas transversaiscontemplam a ética, o meio-ambiente, a saúde, a pluralidade cultural, a orientação sexual e a educação & trabalho. A ética permite entender o relacionamento humano. Instiga o conceito de justiça na equidade, sensibilizando para que se desenvolva uma sociedade mais justa. De forma que se possam adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais. Discute a moral individual e subjetiva, compreende os valores e avalia no que podem ser modificados. Em suma, a ética instiga o exercício da convivência para aceitar e respeitar o outro.

O Meio Ambiente compreende as noções básicas do tema. Induz a perceber relações que condicionam a vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominando métodos de manejo e conservação.

A Saúde é um direito de todos. Produz-se nas relações humanas com o meio físico e social, identificando fatores de risco com hábitos de cuidado.

A Pluralidade cultural trata da diversidade do patrimônio. Valoriza a soberania, percebendo os direitos e os deveres dos povos na diversidade.

A orientação sexual ensina a respeitar a opção dos comportamentos relativos à sexualidade e a conviver com esse novo paradigma. Garante a integridade e a dignidade do ser humano para expressar a sua afetividade.

Atualmente, a Educação & trabalho possuem um título provisório de "Trabalho, Consumo e Cidadania", no qual será incluída a proposta da Educação Fiscal. De fundamental importância para a inclusão social nesse novo paradigma que se instaura no planeta por meio de Políticas Públicas.

O Programa já alcançou notoriedade nacional e internacional devido ao relevante trabalho desenvolvido pelos (as) alunos (as) e professores (as) nas escolas. "Por isso, é de suma importância que este assunto esteja contemplado no Projeto Político Pedagógico de cada estabelecimento da Rede Municipal de Ensino". Salienta a Srª Rosaura Vargas, Coordenadora do Programa Municipal de Educação Fiscal, conforme Memorando Nº 20/2007/PMEF, no dia 07 de março de 2007.

O "Projeto Recreação e Cidadania" respondem as necessidades apontadas, pois a Educação Fiscal caracteriza-se como uma excelente estratégia para trabalhar a cidadania pró-ativa e promover a inclusão social.

A educação mais uma vez comprova a sua importância e chama a atenção das autoridades. Demonstra a necessidade de utilizar as suas ferramentas para alcançar as Metas do Milênio, oportunizando um preparo mais específico, que permite vivenciar a cidadania na teoria e na prática concomitantemente na tentativa de sobreviver a esse novo paradigma.

A educação é uma poderosa ferramenta que deve estimular o desenvolvimento de métodos e técnicas inovadoras para solucionar os problemas não apenas educacionais, mas do contexto social. Promover o reconhecimento das iniciativas e criar oportunidades de divulgação.

De projetos como: "Recreação e a Cidadania" é que se gera uma educação de qualidade. Instiga a criar novos postos de trabalho e de renda, agregando valores e promovendo à inclusão social. Portanto, trabalhar com essa metodologia é pensar numa aprendizagem capaz de renovar a vida.

Essa proposta de educação envolve um conhecimento específico, voltado para a área pedagógica, política, sociológica e econômica, no intuito de trabalhar de forma recreativa a educação, a organização social da produção e a cidadania pró-ativa na tentativa de adaptar as pessoas ao sistema e este as suas reais necessidades, resgatando a dignidade humana.

Apresenta como visão à escola cidadã, capaz de agir de forma pró-ativa envolvendo a sociedade como um todo. O aluno, a família, a escola e a comunidade num processo de ação interação, com o objetivo de formar indivíduos autônomos e capazes de desenvolver a sua própria identidade.

Tem como missão

, desenvolver uma escola de qualidade com o compromisso de atender as pessoas e as demandas sociais. Sistematizar o aprender, fundamentado no "novo fazer pedagógico", tendo em vista uma perspectiva formal de escolarização, que visa à formação do ser humano para o exercício crítico, reflexivo, participativo e consciente da cidadania. Prima pela dignidade, preparando-o para lidar com as adversidades da vida.

Para realizar a missão e alcançar as diretrizes estratégicas realiza-se concomitantemente uma qualificação de professores (as). Que tem como objetivo desenvolver a cidadania do educando por meio de um trabalho de apoio entre os (as) professores (as) e a comunidade escolar interligando os saberes pela Gestão por Competência de forma inovadora e participativa.

A Gestão por competência direciona esforços para desenvolver as habilidades e as competências fundamentais para alcançar os objetivos escolares. Sendo que o resultado manifesto pelo comportamento vai agregando valores ao aluno e a escola, pois ele é o nosso produto final.

Nesse contexto, as competências humanas são percebidas como as combinações de informações, conhecimentos e habilidades transformados em saberes sábios, pedagógicos e emancipadores. Que desencadeiam novas habilidades em saber fazer e uma tomada de atitude para querer fazer, transformando-se em novos saberes, transformando o meio.

Expressas pelo desempenho escolar ou profissional dentro de um determinado contexto agregando valores, pois a competência faz a ligação da conduta pessoal à estratégia da escola em saber desenvolver a cidadania. Atribui reconhecimento social sobre a qualidade do ser humano e a sua capacidade pessoal em saber lidar com as situações adversas e obter resultados positivos. Assim, potencializa e dá visibilidade aos valores, cumpre o que foi estabelecido, reforça o pacto cultura, mantendo a estabilidade emocional do grupo, sinalizando com uma visão de futuro.

Desenvolvida ao longo do exercício educacional, trabalha-se com a gestão por competências pela necessidade de instigar a aprendizagem. Trabalhar o emocional de forma alegre e divertida por meio das vivencias, numa sucessão de ações e atividades educativas com afetividade.

Os valores e os princípios da conduta pessoal, a dignidade, o caráter e a integridade se manifestam no relacionamento interpessoal por meio da lealdade e do respeito mútuo. Da compreensão, da honestidade e da humildade no exercício da atividade profissional percebido pela capacidade de cooperação e comunicação. Pela ética, pela criatividade, pela competência e dedicação ao trabalho em equipe quando buscam o consenso, a justiça, a verdade e a igualdade de oportunidades. No relacionamento institucional quando prima pela responsabilidade, autonomia e transparência, agindo com amor e estabelecendo vínculos de afetividade.

Esses requisitos citados acima são fundamentais para traçar o perfil do (a) professor (a) ou do profissional que trabalha com a educação dialógica problematizadora, a Educação Fiscal por meio da metodologia da Recreação e Cidadania. No intuito de superar as dificuldades de aprendizagem, vencer a evasão e o fracasso escolar, promover a adaptação escolar e social e qualificar professores (as) para a inclusão social.

Resgatar a auto-estima é a meta fundamental, pois contribui para o avanço do conhecimento desenvolvendo as habilidades e as competências empreendedoras. A capacidade de manifestar iniciativas e criar o novo, para adaptar-se a realidade e conviver com dignidade. Instigar valores como a parceria, a busca pela qualidade, a co-responsabilidade, a ética e a acessibilidade na diversidade fortalecem a inclusão social.

A nossa escola acolhe alunos (as) na sua grande maioria provenientes de uma classe social média baixa. Portadores de sonhos ainda não realizados, com pouca instrução e marginalizados pelo sistema. Sendo a própria realidade o testemunho vivo do contexto e da sua insatisfação.

O Projeto Recreação e Cidadania têm como objetivo contribuir com o desenvolvimento da cidadania pró-ativa nos alunos (as) e professores (as) de forma a colaborar na reorganização do sistema, vislumbrando oportunidades para todos. Desenvolver um sistema de ensino aprendizagem significativo, numa relação de afeto, cognição e prazer.

O Projeto Político Pedagógico e o Regimento escolar se constituem sobre um conjunto de valores autênticos valorizando a matéria e o espírito, respaldados numa conduta. Numa dimensão afetiva, cognitiva e psicomotora a Gestão por competência valoriza o ser humano, pois "de nada sirven los triunfos si la paz no los corona". (Nariño)A Educação Fiscal, a Metodologia da Recreação e Cidadania constitui-se num caminho seguro para se chegar à aprendizagem, desenvolver a cidadania pró-ativa e a democracia.

1. A Realidade da escola

            A leitura da realidade escolar indica que a instituição do saber encontra-se envolta numa grave crise. Elevados índices de reprovação, evasão, exclusão e insuficiência de apreensão dos conteúdos convivem com a questão social que atinge tanto os discentes quanto os docentes. Planos de Reforma e de melhoria da qualidade do ensino são implantados sem uma fundamentação que vincule a teoria com a prática. Os professores (as) mal remunerados, e sem um preparo devido para lidar com a realidade.

O filósofo da educação brasileira, Anísio Teixeira compreendeu de forma crítica o contexto socioeconômico e cultural de seu tempo. Referia-se às transformações que ocorriam às mudanças de valores e às novas perspectivas que se colocavam para o Brasil. Se a sociedade passa por mudanças é preciso que a escola prepare o novo homem, o homem capaz de integrar-se à nova sociedade democrática. Por isso, afirmava "que seria 'fácil demonstrar como todos os pressupostos em que a escola se baseava foram alterados pela nova ordem de coisas e pelo novo espírito de nossa civilização". (Teixeira, 1968, p.17) Seu otimismo para com a ciência, com o método científico e com suas aplicações técnicas conduziram a escola e uma nova relação social.

Ao retomar o seu pensamento, percebe-se que o Prof. Anísio Teixeira acreditava ser possível à reconstrução da educação brasileira em bases científicas, rompendo com o ensaismo e o empirismo grosseiro que durante muito tempo dominou a reflexão sobre as questões educacionais. O conhecimento das diferentes realidades escolares, em todas as dimensões fará uma mudança significativa na qualificação dos (as) professores (as).

A expressão conhecimento da realidade escolar, como tantas outras do discurso educacional renovador dos anos 70, aos poucos se transformou em um slogan educacional para a maioria dos profissionais da educação brasileira. Nos anos 60 e 70, as demandas pedagógicas dos setores progressistas da sociedade brasileira estavam centradas na expansão do sistema escolar aos desfavorecidos, mais especificamente na "ampliação da rede". Nos anos 80 e 90 conheceram o polêmico debate em torno da "qualidade do ensino" o qual se estendem até os dias de hoje.

Os termos podem ser entendidos como à dívida social, a expansão da rede de ensino e por outro a qualidade como uma questão de dívida política. A dívida política é a inadimplência da nossa república em oferecer as ferramentas que permite a toda pessoa o resgate da sua cidadania. O conceito remete a condição essencial do projeto humano, enquanto ser de relações e de ação. Realizável no espaço coletivo, onde se desenvolve perspectivas, num mundo comum capaz de contemplar a diversidade.

No seu pensamento Brayner, 2001ao abordar a cidadania, assim se expressa. "Quando falamos de ‘aluno-cidadão’, de ‘escola-cidadã’ estamos, na verdade, alvejando um público específico - os desfavorecidos num discurso, pois, que não se dirige há todo o público escolar." Na sua interpretação percebe-se que há uma faixa da população que não está devidamente contemplada. Até então cidadania era coisa de pobre e os bem-nascidos não tinham necessidade de uma educação cidadã. Ledo engano, pois a educação para a cidadania é uma educação digna de estadistas, capazes de agir e se relacionar com o outro no universo público.

No desenvolver do seu trabalho complementa: "Isto me faz, evidentemente, lembrar as inúmeras experiências pedagógicas ‘conscientizadoras’, dirigidas a crianças ‘oprimidas’, e propostas por educadores que, numa manifesta expressão de prudência (ou de cinismo) ideológico, mantinham seus próprios filhos longe de tais experimentos". Dessa forma, questiona-se, que educação cidadã foi trabalhada até hoje?

Projetos que impulsionam a escola cidadã são muitos, mas faltam vínculos entre o Projeto Político e o Projeto social para atender a uma população brutalmente afastada de seus direitos mais elementares, a consciência de sua cultura, a afirmação de suas identidades, a expressão de sua voz política, o sentimento de responsabilidade coletiva.

O desejo da vivência democrática nos meio educativos é latente, pois a limitação social de seu exercício é percebida como uma carência de socialização. No entanto a escola se constitui de fato no espaço político para o exercício da cidadania. A escola atribui aos seus alunos à tarefa de realizar futuramente as utopias políticas e sociais da sociedade.

Ao considerar o aprender, a aprender sempre. Investigar e analisar de forma reflexiva as práticas pedagógicas produtivas e rotineiras, associadas aos avanços tecnológicos, aos conhecimentos e informações de todas as áreas. Aumenta exponencialmente na sociedade e a qualificação de professores (as) torna-se imprescindível para o exercício de uma prática escolar democrática no processo de ensino-aprendizagem.

            No livro Políticas Instituciones y Actores em Educacion, há um artigo  de Ezpeleta (2000) "Reforma educativa y praticas escolares". No qual trata da implicação renovada da escola com as questões da produtividade e da democracia como metas. No seu discurso salienta que está se ampliando para a sociedade a responsabilidade pública sobre a educação via conselhos escolares, de forma descentralizada, pela transferência de serviços, o que se entende como uma filosofia empreendedora de gestão.

Este é o novo papel compensador do estado, propõe uma reformulação curricular muito forte, argumentada sobre a base relevante que a moderna economia outorga ao conhecimento e a produtividade. A implantação de uma cultura de avaliação no processo institucional vem concretizar as propostas com agilidade na gestão e na responsabilidade pelos resultados. De forma a garantir a eficácia da coisa pública.

Estas são as novidades que interrompem o campo de trabalho com a reestruturação educativa. Assistimos a uma transformação estrutural do estado acordada pelos governos Latino-Americanos com os organismos técnicos e financeiros internacionais. As tendências vem se desenvolvendo a nível nacional desde o final dos anos 80 e com a Constituição Cidadã em 1988. "A educação com esses acordos foi objeto de uma proposta estratégica elaborado pelo World Banck 1990ª, 1990 b: UNESCO, 1990, CEPAL, 1990" (Ezpeleta, 2000, p.223) Assim, as linguagens e os problemas se unificam, bem como as legislações dos países.

Nesse modelo, o seu conjunto apresenta conseqüências inevitáveis, precisam de um diagnóstico, que sintetiza um duplo movimento, o qual se expressa como um movimento único. "Na era da globalização, o mercado manda, e o sistema educativo, caro, deve articular-se a seus requerimentos, pois o custo justifica esta articulação". (Ezpeleta, 2000, p.223 e 224, tradução nossa) Percebe-se claramente que, enquanto apontam problemas substantivos que explicam a ineficiência do sistema se estabelece uma relação de necessidade com a estratégia elegida. Não se discute mais a coerência radical das suas suposições, mas a busca dos resultados.

            Não se discute mais, afirma a autora, a necessidade de vincular há educação com o mundo da produção. Esta foi à intenção que sempre acompanhou a constituição  e a função dos sistemas educativos. O novo nestes planos é a subordinação estreita do sistema com as necessidades do mercado e dos diversos reducionismos  que se desprendem para orientar a ação da escola. Ao lado das visões ideológicas encontram-se as influências econômicas, as quais geram as políticas sociais amenizando os problemas.

A Constituição cidadã de 1988 pretende mudar a perspectiva cultural, formar um ser humano mais consciente, uma escola mais humana e uma sociedade mais ética. Consequentemente as Políticas Educacionais Nacionais sofrem influências das referidas Políticas Internacionais ditadas pelo Banco Mundial por ser um captador e distribuidor de recursos, não soberano visando há globalização e Inclusão Social.

Nessa perspectiva, a visão da gestão educacional empreendedora, com iniciativa fica muito clara. A participação dos pais e da comunidade nos conselhos educacionais será de fundamental importância para alcançar as metas e os objetivos almejados para uma escola de qualidade na localidade, bem como para fazer chegar à escola as verbas destinadas à educação.

Educar para a Cidadania requer aspirar uma escola que prepare pessoas para a participação no mundo globalizado. Assim, nos referimos à cidadania como algo a ser conquistado e não acessível à maioria da população, por isso a necessidade deste trabalho, para que os (as) alunos (as) e os professores (as) aprendam a lidar com o sistema.

A escola democrática não dissolve a autoridade do (a) professor (a), mas o transforma num mediador. Não transforma o conteúdo em pesquisa, mas instiga as vivencias. Nem relega tudo a uma avaliação emancipatória, como forma de superar o autoritarismo da avaliação centrada nos conteúdo.

A escola deve ser um espaço de comunicação, de alegria e de entendimento, pois boa parte da vida ali se decide. Um local de acesso a todos, para que se trabalhe o exercício dos valores formativos unindo concomitantemente a teoria e a prática. De forma a estimular, motivar e oportunizar espaços de aprendizagem, pois sem esse entusiasmo social será apenas mais um na multidão. Longe de uma cultura civilizada, que na dinâmica vincula os contextos culturais, étnicos, sociais e econômicos. Para que possam assumir com consciência uma identidade. Aprender a conviver com a diversidade, dar sentido há cidadania e a uma cultura de paz mundial. Essa obra não tem como objetivo esgotar esse assunto, mas instigar o debate e a problematização em torno do assunto.

1.2 O Marco Situacional Brasileiro

Atualmente o mundo encontra-se sobrecarregado de estímulos, motivadores e oportunidades. Em virtude das circunstâncias causam satisfação e desconforto devido à sobrecarga de informações, em grande parte gerada pelos meios de comunicação e pela tecnologia. Desta soma de metáforas, associadas à desigualdade social econômica e cultural nos tornaram carentes. Assim, aparece às dificuldades de aprendizagem, a adaptação escolar e social devido às dificuldades para lidar com o sistema.

O marco situacional Brasileiro, não é dos melhores. Vive-se um quadro de muita corrupção e insegurança. É visível a descrença nos governantes, a falta de políticas de desenvolvimento sustentável que contemplem a cidadania. Um envolvimento com problemas sócio-econômicos sem logística, que se refletem na educação e no desenvolvimento. No entanto, a expressão conhecimento da realidade escolar, como tantas outras do discurso educacional renovador, foi se transformando em um slogan educacional. Para a maioria dos profissionais da educação brasileira ocasionou uma desconexão entre o que propõe no Projeto Político e que realiza em prol do Projeto Social.

Existem tentativas, mas a instabilidade econômica gera insegurança e conflitos sociais. A bolsa família é apenas um paliativo a exclusão social. Necessário, mas que não resolve o problema se não for trabalhado concomitantemente com um projeto de reeducação para a cidadania, onde a escola seja um elo de ligação, sócio-educacional com os projetos de desenvolvimento e assistência social. As crianças do Brasil, já se encontram praticamente todas na escola, mas e agora como mantê-las? Eis a questão?

A exclusão social caracteriza-se como um fenômeno das sociedades periféricas deste século. Manifesta-se pela fome, pela falta de abrigo de educação, de acesso ao mercado de trabalho e vem alastrando-se pelos efeitos perversos da concentração de poder e riquezas no próprio sistema.

Na tentativa de reverter esse quadro o autor menciona que " atividades culturais podem funcionar como um sistema educativo complementar, reforçando o trabalho da escola, inclusive para adolescentes e adultos que abandonaram antes do tempo o ensino oficial. (Rattner) Assim, ocorre a democratização da cultura, criam-se espaços culturais acessíveis às populações desfavorecidas e a integração

Os programas e os espaços culturais podem oferecer opções alternativas de identidade, pertinência e participação social. A família seria a principal beneficiada por programas culturais, reforçando os vínculos afetivos e espirituais que contribuem na melhoria do rendimento escolar das crianças e no desenvolvimento de sua inteligência emocional e criativa. Outro aspecto positivo reside no estimulo a cultura preventiva, como a saúde bucal, a saúde preventiva, a alimentação e lazer que envolve todos os familiares.

A globalização aponta alguns pontos positivos como à velocidade com que se dá a comunicação e a possibilidade de trocas, evidenciada pela abertura de fronteiras entre os países. Em contra partida apresenta aspectos negativos muito salientes como a desvalorização do ser humano na sua essência, o nosso produto e a nossa capacidade intelectual. Questões que podem ser evidentemente re-avaliadas e acordadas entre os países.

A concentração de renda e recursos intelectuais contempla apenas a elite perpetuando a miséria e a ignorância. Deixa a maioria da população, incapacitada de exercer os seus direitos, pela falta de informações, de esclarecimentos, de respeito há questão de gênero. "Enquanto que, a dinâmica de expansão do sistema de produção capitalista nas últimas décadas, privilegia a contribuição da capital social e humano para o desenvolvimento tecnológico, o aumento da produtividade e o próprio crescimento da economia (Rattner) Estranha conduta elitista.

Uma situação um tanto estranha, pois se quer igualdade, mas alimenta-se a diferença e provoca-se a exclusão social. A maioria do povo brasileiro é desprovida dos gêneros de primeira necessidade, do acesso à educação de qualidade, ao trabalho, ao emprego e a renda que lhe permita viver com dignidade devido ao despreparo e as exigências do mundo atual.

Essa situação demonstra claramente a falta de um Projeto Político Educacional a nível nacional que priorize a educação para a cidadania pró-ativa para o seu efetivo exercício democrático, com acesso as informações e aos conhecimentos necessários para exercê-la de direito e de fato intervindo no social. Estudos de economistas do Banco Mundial distinguem quatro formas básicas de capital: o natural constituído pelos recursos naturais aproveitáveis em cada espaço geográfico-ecológico. O capital físico construído pela sociedade, tal como a infra-estrutura, as máquinas e equipamentos, o sistema financeiro O capital humano, resultado do nível de educação, saúde e acesso à informação da população, e o capital sócia, um conceito inovador nas análises e propostas de desenvolvimento.

Na sociedade de hoje, os valores não priorizam a justiça, a cidadania, a ética e o capital social, subentendido como o bem mais precioso da humanidade, que é o trabalho e a inteligência humana capaz de produzir o social saudável. Bem como o respeito à vida, a diversidade, o direito a liberdade de expressão, a responsabilidade social, a educação, o preparo para o trabalho, para a convivência harmoniosa e o fortalecimento da família.

Os interesses ideológicos do sistema instigam com veemência a mídia a influenciar e a difundir idéias meramente consumista a serviço das classes privilegiadas, que detêm o poder. Manifesta-se desta forma com evidência, o despreparo das pessoas pelo seu comportamento. Não apresentam uma cultura organizacional, que estabeleça objetivos, metas, projetos de vida mais contundentes pela falta de oportunidades.

O Brasil enfrenta uma crise global pela falta de solidez e de um projeto definido que atenda aos reais interesses da sociedade. A crise interna poderia ter menor vulto, se houvesse um projeto político e social concomitante. Se o cidadão tivesse mais preparo para lidar com a conjuntura, se a distribuição de renda fosse mais equacionada.

Nos dados citados abaixo é possível perceber o drama do povo brasileiro, frente à falta de perspectivas e oportunidades de emprego, de trabalho, de pobreza e de renda. Partindo do princípio que o ensino fundamental é universal. A destinação percentual do PIB é ainda insuficiente para melhorar o sistema educacional e proporcionar qualidade. O FUNDEB aumentou a participação da união no financiamento da educação.

De acordo com os parâmetros estabelecidos pela Unesco em 1970. O alfabetismo funcional engloba aqueles que conseguem utilizar a leitura e a escrita para se inserir plenamente na sociedade e compreender a realidade em que vivem. De acordo com o Indicador Nacional de Alfabetismo, apenas 26% da população brasileira na faixa de 15 a 64 anos é alfabetizada.

Sendo 70% jovens de até 34 anos, 53% mulheres e 47% homens. Constata-se assim que, 75% população do Brasil entre 15 e 64 anos não sabe ler e escrever, ou seja, identificar letras e palavras.

Não conseguem usar a leitura no seu cotidiano. Destes, 25% nessa faixa são alfabetizados. Tem domínio da leitura, percebem informações sutis e chegam a conclusões lógicas. A presente pesquisa constata os mesmos índices de 2001 constatando o fracasso escolar.

Um fracasso escolar ligado aos preconceitos que temos a respeito da criança e da pobreza. Um fracasso que não contempla a inclusão e o respeito ao potencial do (a) aluno (a). As crianças e as classes populares devem ser vistas sob uma ótica dialética e respeitadas no seu nível de desenvolvimento. No entanto, deve-se conviver com crianças diversas, "dismitificando os nossos estereótipos positivistas de que existe o "bom" aluno e o professor padrão." (Pires e Eder) Cabe aos professores (as) promover de fato a inclusão escolar e social pelas oportunidades oferecidas.

A perspectiva é de que o Ensino fundamental alcance o nível básico de alfabetização. Para que o cidadão consiga ler textos curtos, interpretar informações explícitas e chegar a conclusões óbvias. Não resta dúvida, a alfabetização no Brasil é falha em vários níveis e o grande problema detectado nas empresas é que uma parcela significativa de cidadãos não consegue escrever e um texto interpretar um e-mail.

A Proposta se Fundamentada num plano de desenvolvimento educacional Inclusivo coletivo e significativo para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro numa relação de afeto, cognição e prazer de forma crítica e reflexiva. Os objetivos traduzem a preocupação global com as aviltantes desigualdades sociais existentes entre as nações e os indivíduos.

No artigo do Correio do Povo de (13/09/05, p.11). O BIRD, o Banco Mundial diz que é ruim negociar com o Brasil, devido à carga tributária excessiva, a problemas com o comércio internacional e os Alvarás de funcionamento. Em 2004, o Brasil ficou no 96º lugar Doing business e em 2005, foi classificado em 119º lugar. Em suma, o Brasil está entre os piores países do mundo que são em número de 135. E quanto às questões referentes à tributação, nos colocamos em 140º lugar.

O artigo publicado no Jornal Correio do Povo acima traz dados preocupantes. Parece estranho, mas o que os dados levantados têm a ver com o problema em questão? Tem tudo a ver, pois a proposta deste trabalho visa à qualificação de professores (as) para desenvolver uma cidadania que faça acontecer. Essas diferenças, além de provocar indignação e revolta, põem em risco à estabilidade mundial. O consenso é internacional, e a necessidade de se corrigir as discrepâncias geradas nos diversos modelos econômicos adotados no mundo é urgente e necessário para a sociedade.

O Fórum Social Mundial e o Fórum Econômico Mundial são as comprovações de que estas questões precisam ser discutidas, analisadas e tomadas providencias urgentes, pois as questões populacionais estão diretamente ligadas à cidadania e a estabilidade democrática.

A urbanização, a habitação, a migração, a raça, o gênero, o envelhecimento da população, a juventude, a saúde, a educação, o trabalho, o meio ambiente, a fecundidade, a mortalidade possuem inter-relações que contribuem de forma positiva ou negativa para o desenvolvimento sustentável de um país e a qualidade de vida do seu povo.

Fundamentados nestas questões, o fortalecimento da capacidade técnica e institucional do governo, das organizações sociais e das instituições acadêmicas devem contribuir por meio de estudos e pesquisas para a formulação de Políticas Publicas. No intuito de efetivar Leis que contemplem a população de forma participativa e solidária. As ações devem ser executadas em parceria com os governos e a ONU para desenvolver cidadania. Num exercício democrático, preparando-as para lidar melhor com os desafios da conjuntura e construir uma cultura de paz.

Mais de um bilhão de pessoas vive na extrema pobreza, sem água, comida e saúde. Isso significa que um episódio isolado de doença, uma gravidez mal-planejada, uma seca ou uma peste que destrua as plantações pode ser a diferença entre a vida e a morte. Em muitos dos países mais pobres, a expectativa de vida é metade da expectativa de vida daqueles que moram no mundo de alta renda – 40 anos ao invés de 80 anos

O Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento – PNUD é presente em 189 países. Faz parte de um Plano maior que fomenta mudanças por meio de Declarações e Programas conectando os países por meio do conhecimento, de experiências e recursos de forma a ajudar as pessoas a melhorar as condições de vida no planeta.

A vontade política, o espaço para a criatividade, a disposição para alcançar um ideal social, são estímulos, motivadores e oportunidades indispensáveis para que se consiga um Índice de desenvolvimento humano sustentável e se alcance às metas do milênio. Fundamentados nesta proposta, cabe aos países organizar e implementar programas ou projetos que contemple a cidadania na sua totalidade.

Numa uma série de medidas que garanta o direito à infância a todas as crianças nas suas prioridades básicas. Abordando as questões relativas ao trabalho, com perspectivas de futuro, como meio de sobrevivência e dignidade. A infância hoje se estende até os 18 anos, conforme estabelecido na Convenção promovida pela ONU em 1989 e confirmada pelos países presentes. Os dados demonstram o não cumprimento. A classificação do Brasil no IDH, no ano de 2004 é do 65º lugar, caindo para 68° no ano de 2005.

Na perspectiva de consolidar o crescimento dos países, a UNESCO em 1999, apontou a educação como o meio mais eficaz que a sociedade possui para enfrentar as provas do futuro e moldar o amanhã. A educação não possui resposta para todos os problemas, mas não mede esforços para imaginar e inovar a educação. Criar métodos e técnicas capazes de promover ensino e aprendizagem com mais respeito às necessidades.

Nesta perspectiva o Programa de Educação Fiscal nas escolas é um excelente parceiro da Lei de Responsabilidade Fiscal no país. Os resultados da Lei apontam à redução da Dívida Pública em 5%, pois a mesma prevê e contempla o planejamento, a fiscalização do povo e do Tribunal de Contas.

Houve um tempo em que a passagem pela escola representava a promessa de inserção profissional, de acesso ao trabalho e a renda. De distinção social e aprimoramento. Acredita-se que esse tempo pode ser resgatado, pois atualmente uma das críticas mais ferozes feitas à escola contemporânea é sua incapacidade de tratar com a diversidade de demandas. De interesses, de motivações pela falta de oportunidades de trabalho devido aos novos contextos sociais, culturais e econômicos.

É preciso vincular com urgência o Projeto Político ao Projeto Social para dar consistência à sociedade. Promover a sustentabilidade social. A escolaridade precisa estar interligada às oportunidades de trabalho e ao processo de emancipação social. A experiência escolar deve respeitar o (a) aluno (a) na sua subjetividade, no atendimento das suas necessidades investindo nos seus sonhos sem exclusão e desigualdade.

Dialogar fortalece a Democracia, os temas transversais, a avaliação, pois todos fazem parte da escola. Para efeito desta discussão, talvez seja interessante seguir, aqui, o fio argumentativo de Françoise Collin a respeito de dois aspectos da democracia: sua horizontalidade e sua verticalidade ou, em outros termos, sua diacronia e sua sincronia.

"A Democracia", diz Collin (1999) Se definiu horizontalmente na ignorância ou esquecimento do tempo. Ela evita pensar a temporalidade diacrônica. A humanidade se declina horizontalmente, como humanidade dos contemporâneos, dos seres que buscam e não verticalmente, apenas como humanidade da transmissão e da inovação. Uma democracia definida apenas como contemporânea, sem a diversidade no seu aspecto sincrônico faz dos contemporâneos seres iguais, sem o diferencial da humanização.

Gerações que não dispõem das mesmas experiências do mundo nem das mesmas competências não fazem parte do mesmo princípio igualitário. Numa relação de gerações não estamos diante de iguais, à autonomia do cidadão adulto é muito diferente da infância, do ser em desenvolvimento. No espaço político sim, somos iguais sob pretexto, onde a questão da geração interroga a esfera pública. Isto se traduz na necessidade dos "direitos da criança", onde tenta tratá-las como autônomas ou como "cidadãos-alunos".

Sem hipocrisia, os limites dessa tentativa de assimilação: limites do uso da palavra, limites de conhecimento, limites de experiência, devem ser relativas, pois estamos lidando com seres em formação, que estão construindo conhecimentos de acordo com as suas vivencias. Essas questões levam tempo para serem percebidas, digeridas e assimiladas. Portanto deve-se ter cuidado com a aparência democrática das relações, pois podem comportar-se como manipuláveis estratégias dirigidas.

Porém, o mais grave é que, "ao atribuir a qualidade de cidadão aos nossos alunos (ou desejar que eles já o sejam), estamos sobrecarregando-os de uma responsabilidade de agir em um mundo e de resolver problemas que fomos nós, adultos, que criamos. (Brayner, 2001) Se é que levamos realmente a sério a idéia de "aluno-cidadão", entendido como a capacidade de criar algo, de agir, de atuar num espaço essencialmente mediado pela palavra, pela ação e transformação promovida pela escola. As vivencias são essencialmente necessárias para instigar os (as) alunos (as)a pensar e agir.

Apesar das decepções com a Política Pública a escola ainda aposta nessa relação. Espera-se que a partir de agora se contemple o ser humano, pois está é a única possibilidade que se tem de melhorar o mundo. De dar significado aos saberes, pois o (a) aluno (a) de hoje é o estado do amanhã.

A meta da educação é desenvolver pessoas sensíveis, éticas, com manifestações inteligentes. Dotar essas pessoas de afetividade, cognição e prazer para que sejam capazes de detectar as necessidades do ser humano. Associando-as ao conhecimento de forma responsável, crítica e reflexiva. Líderes, ousados, capazes de contribuir com o processo de humanização.

A Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação XXI apontam que há uma demanda sem precedentes e uma diversificação na educação superior. Assim, como uma maior consciência sobre a sua importância vital no desenvolvimento sociocultural e econômico para a construção do futuro. Para o qual as gerações deverão estar preparadas com novas habilitações, conhecimentos e ideais. Para isso se fazem necessário alguns ajustes, conforme a proposta apresentada.

De acordo com a evolução do Sistema Brasileiro de Educação se faz necessário adequar o sistema para o enfrentamento dos desafios da sociedade do conhecimento em um país como o Brasil. Para tanto se devem resolver três questões básicas: a modernização do sistema, o efetivo aprimoramento da qualidade da educação brasileira em todos os níveis, graus e modalidades. Promover a democratização do ensino e a inclusão social. Para que isso aconteça é imprescindível uma educação cidadã.

A Reforma Universitária contempla este tipo de cidadão, com visão e ação Pró-ativa, pois o modelo antigo esgota-se lentamente. Assim como os discursos ultrapassados. Portanto a escola deve participar da formação humana, para que ajude na implementação de Políticas Públicas destinadas a satisfazer a pauta dos Direitos humanos e as necessidades sociais.

Desenvolver profissionais com preparo e coragem capazes de reivindicar, aplicar métodos, técnicas e estratégias que promovam oportunidades de educação. Com ousadia para criar Projetos de desenvolvimento que gerem trabalho e promovam dignidade. Alicerçados pela justiça e pela distribuição de renda para que todos consigam melhorar-se como ser humano, operar em redes para sobreviver e emancipar-se.

As redes sociais atualmente são percebidas como um novo paradigma do conhecimento e desenvolvimento. Que se espalham numa velocidade impressionante, ampliando cada vez mais a capacidade de gestão e a logística na operacionalização do processo. A sua dinâmica se dá pelo trabalho estabelecido em parcerias, acordos de cooperação, idéias, promovendo a interação entre as pessoas e seus interesses.

De modo geral, o projeto de investigação aplicada tem por objetivo colocar à sociedade os resultados do trabalho nas fronteiras do conhecimento, de acordo com a literatura clássica sobre o tema. Uma forma reconhecida de efeitos para poder avaliar os resultados externos. Para alcançar esses objetivos são necessárias alianças de trabalho que vinculem a investigação científica com os agentes de âmbito social. Sejam elas instituições públicas ou privadas desde que estejam interessadas em colaborar de forma financeira ou participativa, definindo resultados.

1.3 A Educação Contemporânea

A educação contemporânea trabalha numa linha horizontal, centrada na aprendizagem do (a) aluno (a) e na inclusão social. A diversidade, as emoções e os sentimentos o cuidado que se tem com alguém estimulam o hemisfério direito para desenvolver a criatividade e a afetividade alterando o comportamento social. Desta forma, o afeto confere o modo da relação do indivíduo com a vida e será por meio desta tonalidade de ânimo que a pessoa o perceberá e atuará no mundo bom ou mau. De acordo com as suas potencialidades, participará com propostas alternativas e sugestões.

A educação contemporânea exige o envolvimento dos dois lados do cérebro, a razão do lado esquerdo e a emoção do lado direito. O cérebro opera numa velocidade de 100 hertz, dispara 100 pulsos por segundo. Comparado aos computadores atuais que trabalham com 1,5 Gigahertz, ou seja, 1,5 bilhões de pulsos por segundo. Nessa proporção o cérebro humano parece ser mais lento, mas existem determinadas operações que apenas a sensibilidade humana é capaz de detectar e executar. Para obter resultados o processo biopsicosocioemocional precisa estar muito bem desenvolvido a ponto de agir e reagir rapidamente com eficácia.

A essa modificação chama-se aprendizagem. A qual ocorre no sistema nervoso devido à plasticidade cerebral numa interação constante entre o homem o ambiente e a diversidade. Desta forma comprova a lógica da realidade, de que não existe aprendizagem sem emoção, sem amor.

Resumidamente, pode-se dizer que as descrições mais convencionais apontam à consciência como sendo uma propriedade emergente das atividades computacionais realizadas pelas redes de neurônios que constituem o cérebro. O cérebro é visto essencialmente como um "computador" para o qual as excitações neurais (correspondentes à atividade sináptica) seriam os estados de informação fundamentais (equivalentes aos bits).(Covolan) Dessa visão, certos padrões de atividades neurais apresentam estados mentais correlatos.

As oscilações sincronizadas no tálamo e no córtex cerebral produzem uma conexão temporária dessas informações e a consciência surge como uma propriedade nova. Emergente da complexidade computacional das redes neurais atuando em sincronia com a realidade. Em geral, os enfoques quânticos não excluem o funcionamento do cérebro através de redes neurais, mas consideram que complexidade somente não explica tudo e situam efeitos quânticos como centrais para a descrição da emergência ou geração do eu consciente. (Covolan) Alguns modelos negam que consciência seja uma propriedade emergente de redes neurais que operam num nível crítico de complexidade. Consideram que a dinâmica cerebral organiza e faz aflorar o que é uma propriedade da natureza.

O trabalho das informações paralelas do cérebro humano excede a capacidade de processamento de qualquer máquina já desenvolvida. Opera informações em paralelo, organizando e processando informações. Os computadores operam informações seqüenciais, com isso o cérebro pode acionar cerca de 10 quatrilhões de interconexões por segundo.

De acordo com a nossa capacidade perceptiva, o sistema nervoso detecta estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos desencadeando respostas musculares e glandulares. Responsável pela integração do organismo, com o meio ambiente e o acesso à diversidade.
A sua formação se dá basicamente, por células nervosas, que se interconectam de forma específica e precisa, formando os circuitos neurais. Por meio desses circuitos, o organismo produz respostas estereotipadas que constituem os comportamentos fixos e invariantes como os reflexos, ou produzindo comportamentos variáveis em graus diferentes.

Dentro das várias teorias educacionais, constata-se que todas se voltam para humanização do homem. Para a difusão dos saberes de forma que se melhore a qualidade de vida. ‘Do ponto de vista filosófico, um ser que ontologicamente é "para si" se "transforma" em um "ser para outro" quando, perdendo o direito de decidir, não opta e segue as prescrições de outro ser’. (Freire, 1994, p.55) A essas relações Hegel chamam de Consciência servil para a consciência senhorial, pois a decisão está no outro. Assim o homem constitui-se como um ser social pela interação com o outro ser.

As suas contribuições teóricas e práticas nos levam a pensar de forma crítica sobre o processo de ensino aprendizagem. No entanto a revisão bibliográfica de diversos autores aprimora a visão a respeito do assunto. Racionalmente as teorias deram a sua contribuição e fundamentação para se desenvolver a base da educação contemporânea.

Atualmente, o nível de aprendizagem já permite desenvolver a ação reflexão, combinar a razão e a emoção. Para isso, se faz necessário entender o contexto e a complexidade do ser em desenvolvimento, pois todo ser vivo é dotado de um sistema nervoso e tem a capacidade de modificar o seu comportamento em decorrência das suas experiências.

1.4 A Evolução da Cidadania

Só existe um caminho para o ser humano tornar-se pleno. Desenvolver a sua cidadania pró-ativa pela ação, para fazer parte do processo e transformar-se num ser feliz, bom e belo. Nessa perspectiva é que se desenvolvem os temas para que se transformem em saberes.

A Educação dialógica e problematizadora é uma prática tão antiga, quanto atual que permeia este projeto. A trajetória da dialética tem sua origem, na Grécia antiga, quando era vista como a arte do diálogo e da discussão até hoje. Contempla um modo de pensar que privilegia as contradições da realidade. Faz com que o sujeito se compreenda como um agente colaborador do processo de transformação. Estudadas em diversas fases da história por Heráclito, Diderot, Rousseau, Hegel, Marx, Lukács, Gramsci e Walter Benjamin e outros pensadores contemporâneos.

O Pensador Celso Antunes (2001, p.15) percebe nos projetos a presença da dialética. O projeto pode ser entendido como "uma pesquisa ou uma investigação, mas desenvolvida em profundidade sobre um tema ou um tópico que se acredita interessante conhecer". O sucesso do projeto se deve ao esforço investigativo, quando se volta para encontrar respostas convincentes sobre o tema levantado pelo contexto ou para alcançar um objetivo esperado. A sua prática estende-se até os dias de hoje

Embora a democracia grega não fosse tivesse uma prática realmente democrática havia uma cultura política que contemplava o cidadão na sua forma plena. Os gregos tinham uma grande preocupação em garantir a educação musical como parte imprescindível da formação do cidadão. Quer na antiga Grécia, quer nos nossos dias, o fundamento do governo democrático é um só: "o poder só é legítimo quando emana do povo que manifesta sua vontade através do voto"., a qual é legalmente exercida pelos seus representantes eleitos direta ou indiretamente.

Os gregos desenvolveram pela Paidéia um esforço coletivo de formação do cidadão contemplando os seus aspectos físicos, intelectual e moral. Criaram uma sociedade que se voltou aos reais interesses da população. Em Atenas, na cidade mais importante da Grécia, havia uma colina chamada de Acrópole, considerada o ponto de encontro da população. Entre uma conversa e outra admiravam o mar, passeavam por entre as construções, os templos e os teatros. Disso resultou a democracia, pois falavam a mesma língua e tinham os costumes parecidos. Motivados pela cultura escreveram os primeiros livros de filosofia e peças de teatro, cultivando a poesia. Criaram as olimpíadas em detrimento do amor ao esporte e devido há essa união praticavam a mesma religião.

Na Grécia viveu-se a essência da "Democracia", que é a participação do povo no poder. As cidades se encarregavam de organizar o abastecimento. Prover ao povo as necessidades básicas como a alimentação, a saúde, os esportes, o lazer, a alegria e a festa. O cidadão era trabalhado nos três aspectos ou níveis: no físico, no intelectual e no espiritual ou moral. O aspecto físico era desenvolvido para constituir uma pessoa em condições de participar. A sua formação intelectual dava-se numa dimensão dialógica e problematizadora no intuito de produzir o conhecimento novo nas escolas e nos Liceus. A formação espiritual e moral se davam nos teatros e tribunais. A comédia e a tragédia estimulavam a consciência dialética e a ética’. As quais se encarregavam de desenvolver a cidadania e alimentar a democracia concomitantemente.

Há 14 séculos ªc., os poetas gregos começaram a narrar a mais rica mitologia da civilização. Falavam dos deuses e semi-deuses, monstros e heróis povoando a imaginação das pessoas para explicar coisas incomprensíveis, como a criação do mundo, os mistérios da vida e da morte. Difundiram os mitos no ocidente e a civilização foi se constituindo, incorporando outras civilizações, outras culturas com sentido e significado.

Na era da informação cristaliza-se o processo de ensino aprendizagem por meio da educação dialógica problematizadora, da recreação e da cidadania, pelas vivencias, unindo a teoria e a prática. A metodologia apresenta esse perfil, trabalhar o ser humano por meio das vivencias com a música, o canto, a dança, o teatro, no intuito de despertar a aprendizagem pela emoção. Tem como objetivo instigar no (a) aluno (a) uma aprendizagem significativa pelos temas, ações e atividades educativas.

O Projeto "Recreação e Cidadania" se justificam como uma oportunidade de interação e de inclusão social. Possibilita ao aluno (a) aprender de forma inusitada. A partir das trocas, das discussões sobre as questões, associam-se os conteúdos as vivencias. De forma inter, transdiciplinar e multidimensional trabalha-se os conceitos e os conteúdos. De forma que possam agir e interagir, transpondo barreiras.

A pesquisa revela claramente a necessidade que os (as) alunos (as) manifestam em participar do processo inclusivo para exercitar a sua cidadania. O processo histórico da humanidade vem demonstrando a necessidade de investir nessas novas dinâmicas interativas. De forma a estimular, motivar e criar oportunidades para que possam vivenciar a aprendizagem com emoção. Pesquisar novos métodos e técnicas que promovam o ensino e a aprendizagem com acessibilidade a diversidade contemplando o individual e o coletivo com paz e humanização.

1.5 A perspectiva inclusiva

A perspectiva da inclusão e a carência de exercícios democráticos para desenvolver a cidadania pró-ativa demonstram o despreparo do povo brasileiro que hoje somam cerca de 190 milhões de pessoas aproximadamente. Sendo a grande maioria carente em todos os sentidos. Desta população, segundo dados do Censo escolar de 2005 (MEC/INEP) registram que a participação do atendimento inclusivo cresceu, no Brasil, passando dos 24,7% em 2002 para 41% em 2005. O que evidencia a necessidade crescente de trabalhos como este para trabalhar a inclusão.

A partir desses dados é preciso que o ensino da rede pública melhore consideravelmente. No dia 15 de março de 2007, o governo anunciou os principais pontos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apelidado de o "PAC da Educação", numa referência ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no segundo mandato do Presidente Lula. Na avaliação de Sonia Penin, Diretora da Faculdade de Educação da USP, conclui que "é a primeira vez que o governo federal elabora um plano que inclui todos os níveis do sistema educacional"

"A grande ênfase desse plano é a qualidade da educação básica", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Temos o desejo de envolver famílias, diretores, professores, secretários municipais, estaduais e o MEC com metas de qualidade no que diz respeito à promoção das crianças, para diminuir a repetência no País e, também, quanto à qualidade do ensino ministrado, para melhorar o desempenho escolar".

A meta é ambiciosa, pois, num país do tamanho do Brasil, está-se falando de 160 mil diretores, mais de 5 mil secretários de educação e de 2 milhões de professores, onde a metade deles ganha menos de R$ 800,00 mensais. A desvalorização do ensino e do cidadão brasileiro se encontra em toda parte. Inicia-se com o descaso aos profissionais, refletida nos baixos salários até a escassez de recursos nas escolas. A crítica que se faz ao governo federal é o descaso com a educação básica em contra partida ao excesso de atenção a reforma universitária, sem menosprezá-la.

A educação básica tem que emancipar-se, deixar de tratar apenas do conteúdo, mas voltar-se para a sua aplicação na vida real. Desenvolver no (a) aluno (a) a autonomia, de forma que possam administrar-se e dar seqüência aos seus estudos, independente da série que se encontram para ser um cidadão. Quando se fala em inclusão, não se pode mais associar aos alunos (as) que visivelmente apresentam características de portadores de necessidades especiais, mas pensar na inclusão como uma ideologia. Uma filosofia, ou uma política capaz de amenizar os problemas educacionais. Manter o (a) aluno (a) na escola, evitar a repetência e a evasão escolar. De certa maneira devemos nos inspirar na cidadania Grega. Na organização das cidades e como preparavam os cidadãos para o exercício democrático.

Atualmente, o processo inclusivo vem tomando força devido às políticas públicas implantadas. No Documento subsidiário à Política de Inclusão (2005, p.08) afirma que: "uma política efetivamente inclusiva deve ocupar-se com a desinstitucionalização da exclusão, seja ela no espaço da escola ou em outras estruturas sociais". Nessa perspectiva é que se justifica o nosso trabalho, incluir os (as) alunos (as) com alegria no contexto social. De forma que possam participar e contribuir no processo de humanização.

O Plano de Desenvolvimento da Educação prevê a expansão do programa Bolsa-Família para adolescentes de 16 e 17 anos, o que se torna imprescindível devido à crise que se alastra no país. É apenas um paliativo que contribui financeiramente com as famílias, as escolas e a comunidade.

A escola é um espaço de ação e transformação, portanto associar esses programas, vincular os projetos políticos aos projetos sociais se constitui na grande possibilidade de transformar esse país. Ampliar as oportunidades de inclusão educacional e social, diminuindo a violência.

As metas do ensino brasileiro prevêem aumento de verbas e ações voltadas para todos os níveis de ensino da escola básica até o pós-graduação. Portanto, partindo da premissa que 'inclusão' significa pensar em soluções que beneficiem um número cada vez maior de pessoas espera-se que estas metas consigam chegar aos seus destinos.

O objetivo da política e organizar a sociedade e lhe dar funcionalidade, de modos a promover o bem estar social a população e não a meia dúzia de interessados. Esta é a razão do nosso trabalho discutir a inclusão e fazer com que ela seja realmente contemplada no contexto. Na discussão e no debate os ânimos se exaltam, as idéias se confrontam, mas tudo isso faz parte do processo e o resultado é extremamente salutar para garantir a estabilidade da democracia e a busca do entendimento entre as pessoas para desenvolver a humanização e uma cultura de paz.

O mundo não para e as necessidades da população crescem a cada dia. O povo está cansado de ter que esperar para amanhã as soluções que deveriam ser para hoje. Para combater a fome e a ignorância é preciso ação e atitude. Apoiar e oportunizar projetos que tem retorno sócio-educacional considerável, que estimulam, motiva e criam oportunidades de educação, trabalho, emprego, renda e contribuem com a governabilidade ao país.

O Projeto Recreação e Cidadania têm essa dimensão vivenciar a democracia. Portanto nessa mistura de razão e emoção vamos em busca de liberdade e de novas oportunidades. Para exercitar a inclusão e colocar em pratica os princípios da humanização que é compartilhar os saberes. Sem dúvida, um exercício bastante difícil, mas não impossível de ser praticado nesta época onde a idéia do coletivo ganha uma nova dimensão.

A educação, a justiça e a inclusão tomam dimensões até então nunca vistas e criam oportunidades de trabalho e realização. O mundo se globaliza a cada dia, num caminho sem volta e nos temos que aprender a conviver com isso, reivindicar a nossa parcela de participação como povo.

Esta é a função da política, elaborar propostas que permitam organizar a sociedade, onde as pessoas que queiram participar do processo tenham voz e vez. Discursos atrasados não repercutem, caem no vazio, ficam sem fundamentação. Paulo Freire não cansava de chamar a atenção aos pensadores para que se manifestassem, pois dizia ele: "Um modo como os intelectuais podem contribuir para os movimentos sociais é tornando acessível o conhecimento específico que possuem como especialistas em dado campo". (Freire 1987, p. 219) É preciso compartilhar o saber, valorizar a soberania do país e a diversidade, pois o mundo informatizado trabalha em redes colaborativas. Cobra políticas públicas inclusivas para que se resolvam os problemas dos povos, como a fome, a miséria, a educação, o trabalho, a saúde, a violência, a urbanização, o acesso à renda e tantos outros que fazem perpetuar a miséria e a ignorância sobre o planeta.

A Política inclusiva a nível de mundo representa oportunidades sem precedentes para o desenvolvimento da sociedade do futuro e a nós educadores cabe fazer a nossa parte. Para quem ainda não percebeu ainda esta é uma época de ouro, onde se apresentam os maiores desafios e as melhores oportunidades para quem souber vislumbrá-las. É preciso valorizar a educação e evitar a fuga de cérebros, criando oportunidades. Reunir as idéias, às novas propostas de trabalho em prol de um mundo melhor.

No intuito de desenvolver novos métodos e técnicas que sejam capazes de encantar e produzir aprendizagem. Criar o novo, desenvolver habilidades, competências e provocar uma tomada de atitude para ajudar a desenvolver o país e o mundo. É preciso resgatar o que por ignorância ou descaso foi deixado de lado, o preparo para a cidadania e a humanização. A educação é com certeza a alavanca, a estratégia do processo evolutivo.

A educação se apresenta como um dos pilares fundamentais dos Direitos Humanos e dos deveres do estado, da família e da comunidade. A educação é uma questão estratégica de extrema importância para o desenvolvimento da cidadania, da democracia, da sustentabilidade, da humanização e da manutenção da paz. E o mundo exige ação e atitudes.

Os problemas do séc. XXI são muitos e os conflitos acentuam-se cada vez mais. No entanto, "aprender a ouvir e a valorizar as pessoas são questões chaves nas regras de convivência emocional" (Terra, 1999, p.223) para desenvolver o entendimento e a interação saudável no grupo. Para isso a liderança é extremamente necessária, pois alguém tem que fazer essa mediação e ninguém mais indicado para esse cargo, do que o professor (a).

A necessidade de incluí-los ao sistema é latente, mas as perspectivas centram-se no estado como um meio de organizar a sociedade civil. Portanto cabe a cidadania organizada de forma pró-ativa participar, cobrar ações e atitudes para que se desenvolvam programas e projetos que minimizem a desigualdade social, oportunizando ao povo vida e dignidade.

Infelizmente constata-se que no Brasil o trabalho em prol da cidadania é muito pequeno, devido ao baixo nível de exigência e à falta ou acesso de conhecimentos e de informações. Para isso são necessários acordos, parcerias e projetos contundentes. Não apenas votos conscientes, mas uma participação efetiva na elaboração de propostas, na cobrança dos resultados, pois o educando de hoje é o estado do amanhã.

Desenvolver a consciência na população é melhorar o seu entorno, proporcionar qualidade de vida no intuito de que mantenha sempre a iniciativa. A iniciativa de querer fazer, de não acomodar-se, mas buscar saberes para melhorar-se como ser humano e fazer a transformação social.

Nessa perspectiva, o Projeto Recreação e Cidadania desenvolvem a cidadania por meio de vivencias, num processo de ensino e aprendizagem em consonância com o seu espaço e o seu tempo. Instiga uma tomada de atitudes do (a) aluno (a) em consonância com uma postura pró-ativa da escola, da família e de toda a comunidade. Com certeza, investimentos extremamente valiosos que oportunizam melhorias à sociedade.

CAPÍTULO 2

O PROJETO RECREAÇÃO E CIDADANIA

O Projeto investiga "A Contribuição da Metodologia da Recreação e Cidadania no processo de ensino aprendizagem para desenvolver a Educação Fiscal como um tema transversal". Realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Edy Maia Bertoia, na Cidade de Santa Maria, RS, Brasil. Uma escola, urbano periférica que acolhe crianças (as) com dificuldade de aprendizagem e adaptação em idade escolar entre seis a quinze anos. Desenvolve-se com todos os (as) alunos, (as) da primeira a nona série e na qualificação dos (as) Professores (as), concomitantemente.

Apresenta como eixo temático a Escola, o Estado e a Cidadania. A pesquisa utiliza a Educação Fiscal como estratégia para alcançar a inclusão escolar e social, no intuito de participar do tema transversal. Para realizar a pesquisa organizou-se um programa sem prazo determinado, abordando o saber e o saber ensinável voltado a realidade social pela transversalidade. Desenvolve-se na área das Ciências Humanas, que prevê a educação da pessoa humana e a sua Inclusão escolar e social.

Quando nos referimos há Temas transversais se deduzem que esses, sejam abordados, durante todo o ano letivo, vinculado há disciplina ou ao assunto em questão. Trabalhados na sala de aula ou nos ambientes de recreação de modo interativo, de forma inter, transdiciplinar e multidimensional no intuito de despertar a aprendizagem pela emoção.

O Projeto tem como objetivo desenvolver o espírito da cidadania pró-ativa nos (as) alunos (as). Preparar o ser humano para o exercício da democracia de forma ética, estética e inclusiva. Para que seja capaz de lidar com a biodiversidade de forma saudável, voltado para uma cultura de paz.

A Educação vista como um processo vem provocando mudanças em todos os níveis de ensino em torno das Políticas Públicas Educacionais Inclusivas. Justifica-se o trabalho pela necessidade que o (a) professor (a) tem de construir saberes de conhecer e experimentar novos métodos e técnicas para desenvolver a cidadania pró-ativa e a inclusão escolar e social.

Devido à crise social que abala o mundo há necessidade de avançar no desenvolvimento de um novo paradigma educacional e socioeconômico para o século XXI. A falta de perspectivas e de propostas que vinculem o Projeto Político ao Projeto Social instigam a esses desafios. Desenvolver programas e propostas alternativas que promovam uma educação de qualidade, como uma estratégia para alcançar as Metas do Milênio. De modo a proporcionar ao povo uma vida digna, com oportunidades de acesso a educação, ao trabalho, a renda, a ocupação e a inclusão social.

Neste projeto utilizam-se a Educação Fiscal e a gestão por competências como estratégias para atingir as metas e os objetivos. Trabalhados de forma multidimensional para alcançar uma educação de qualidade. A sua dinâmica permite ao aluno (a) perceber a realidade, entender o processo de trocas e vivenciar o exercício pleno da cidadania pró-ativa. A convivência o diálogo e a problematização na sala de aula e nos ambientes de recreação proporcionam o aprender a aprender sempre.

Vive-se a terceira Revolução Industrial, a qual exige crescimento, produtividade e qualidade, mas faltam oportunidades de educação, reeducação, trabalho, renda e qualificação. O principal, definir a forma de como vamos sobreviver nesse novo contexto trabalhando colaborativamente. Há uma necessidade urgente de estabelecer acordos, não apenas há nível de país, mas de mundo. Reorganizar a sociedade de modo que todos tenham oportunidades de se educar e viver com dignidade.

A lei da oferta e da procura torna-se insuficiente. Não existe mais tanto mercado para tanta oferta, mas continua a existir a fome, a miséria e a violência. A vida atual exige que se rompa com essa degradação econômica e social no mundo. Que se estabeleçam políticas de crescimento com oportunidades de educação, trabalho, emprego, renda e inclusão social.

As transformações devem ser profundas, devido à assimetria social, o desemprego, a falta de consciência sobre o meio ambiente. Independente das condições físicas intelectuais ou emocionais precisa-se sobreviver. Portanto, a gestão humana torna-se imprescindível, faz-se necessário repensar a sociedade e a sua dinâmica social. É preciso desenvolver um sistema social pró-ativo, que funcione e adicione a esperança à vida.

A aldeia global proposta por Macluhan, não é mais uma utopia, mas uma realidade. A sua idéia constituiu-se num mecanismo de comunicação eficaz em todo o planeta e está promovendo o entendimento entre as nações no intuito de resolver as necessidades mais urgentes dos povos.

O equilíbrio macroeconômico não existe, nem vai ser resolvido pela competitividade, mas pelo trabalho colaborativo entre os povos. Estabelecido por meio de acordos e políticas públicas inclusivas que permitam as pessoas ter acesso à educação, ao trabalho, ao emprego, a renda e a dignidade humana. A inclusão é um grande consenso ideológico que pode permear por meio de acordos internacionais a melhoria da qualidade de vida dos povos em todas as áreas e níveis. É a possibilidade da implantação da terceira via um meio termo entre o capitalismo e o socialismo que beneficiará a todos.

Atualmente no Brasil, a crise se acentua. Em muitos lugares faltam alunos (as) e já sobram professores (as), transformando-se num sério problema de gestão para os administradores, para os (as) professores (as) e para os governos uma preocupação constante. Sendo que, um dos seus maiores desafios é gerar postos de trabalho no país e organizar o social.

O sistema de vida atual promove desigualdade no acesso à educação, aos bens de primeira necessidade e a exclusão social, apesar do movimento pela inclusão. Aliado a estes fatores, temos a forte migração aos centros urbanos. De cada dez empregos criados, sete são informais, gerando insegurança, descrença nos governantes, vulnerabilidade social e aumento da violência. O terrorismo ameaça a paz, a segurança, o Direito e a Democracia. Nesta perspectiva, fazer uma aliança de trabalho entre a escola e a sociedade constitui-se num exercício de cidadania pró-ativa, de aprimoramento, para transformar o social e alcançar as metas do milênio.

O projeto salienta a necessidade de estimular, motivar e criar oportunidades de qualificação pelas vivencias de forma recreativa na sala de aula e nos ambientes de recreação natural ou informatizado. A partir de um tema gerador estabelecido de acordo com o calendário escolar e o interesse dos (as) alunos (as). Desenvolve-se na escola um programa para aprimorar a cidadania, numa sucessão de ações e atividades educativas.

O trabalhado é desenvolvido em conjunto pelos (as) professores (as). Periodicamente, a cada sete ou quinze dias, a Educadora Especial trabalha com toda a turma e o (a) professor (a) da disciplina. Um conteúdo que trata das questões relativas à cidadania. Estimula à leitura e a interpretação. Pelo dialogo e pela problematização faz com os educandos se manifestem e estabeleçam associações com a sala de aula ou com a própria vida.

Posteriormente há sempre um trabalho a ser realizado, canalizando-o para a disciplina do (a) professor (a) que está presente. De forma que percebam que todas as disciplinas fazem parte da cidadania pró-ativa e da Educação Fiscal. Assim, estabelecem os vínculos interligando os conteúdos.

O professor (a) tem liberdade para ministrar a sua disciplina de acordo com a sua metodologia de trabalho, independente de ser tradicional ou emancipador. O mais importante é que se estabeleçam vínculos entre as informações os conceitos, os conteúdos de forma crítica-reflexiva, estimulando e motivando-os a participar questionar e elaborar alternativas.

No intuito de que o (a) aluno (a) desenvolva a sua autonomia. Aprenda a se administrar e perceba que o trabalho desenvolvido na escola está sendo utilizado na vida prática, no dia a dia. Pela associação percebem a finalidade do currículo desenvolvido. A importância da escola para o seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e emocional, constituindo-se como um ser humano no contato com o outro. Dessa forma adicionam e alimentam a esperança de um futuro melhor por meio dos saberes. Resgatam a sua auto-estima, tomam atitudes e buscam a qualidade de vida. A todo esse processo de compartilhar e vivenciar os saberes se chama de humanização.

Numa relação de afeto, cognição e prazer, as ações e as atividades educativas são trabalhadas do concreto ao abstrato e vice versa, com acesso à comunicação virtual. O respeito aos Direitos Humanos é a parte fundamental, no intuito de preparar cidadãos participativos e profissionais competentes. Capazes de trabalhar em conjunto, de forma integrada, trocando experiências, promovendo o desenvolvimento e o bem estar social.

Valorizar a soberania, a diversidade, com acessibilidade a cultura enriquecem e aproximam as pessoas. Para isso se promove uma qualificação de professores (as) concomitantemente ao trabalho desenvolvido com os (as) alunos (as), para que não se perca a essência.

O trabalho dos professores (as) consiste num grande desafio, trabalham o individual e o coletivo. Para isso precisam estar sintonizados com os problemas conjunturais e dialogar, problematizar muito de forma que possam superar as dificuldades que a escola e a comunidade oferecem. Assim, a gestão por competências torna-se imprescindível, para que desenvolvam com flexibilidade, a criatividade, a inovação e o empreendedorismo a sua prática didática, as metas e objetivos.

2.1 A Metodologia Científica

A determinação do tipo de estudo e o nível de investigação é de fundamental importância, pois de acordo com eles se estabelecem as estratégias a utilizar, o planejamento, a seleção dos instrumentos para recolher os dados e todo o processo de investigação em si.

No desenvolvimento da pesquisa se emprega uma metodologia do tipo quali-quantitativa, de nível exploratório, descritivo e etnográfico. No nível quantitativo utiliza a investigação exploratória, pois aborda um problema pouco estudado anteriormente e a descritiva que se realiza no próprio ambiente natural descrevendo os fenômenos e as suas variáveis em estudo.

A investigação exploratória no campo da conduta humana indaga curiosidades a cerca do comportamento, onde existe pouca informação. A investigação descritiva se encarrega de perceber como é e como se manifestam as variáveis em uma determinada situação. Descreve os fenômenos em estudo de acordo com as variáveis e as hipóteses.

No nível qualitativo utiliza a investigação etnográfica, característica da investigação em grupos pequenos. Tem como objetivo analisar e descrever as reações da comunidade no contexto cultural, pois "estudia los hechos tal como ocurrem em el contexto sócio cultural, porque lãs conductas de lãs personas para ser mejor compreendidas solo pueden ser estudiadas em el contexto natural". Explica os costumes, os hábitos, as crenças e a pratica com o desejo de descobrir novos padrões de vida na comunidade estudada.

Utilizar a metodologia científica é uma obrigação moral de qualquer estudioso independente da dimensão do seu trabalho. Nesta pesquisa se busca apoio em outras metodologias para desenvolver a Recreação e Cidadania, que surgiu dentro da sala de aula em função das necessidades escolares. O trabalho segue as normas da APA e os seus desafios foram se superando graças ao trabalho desenvolvido em equipe.

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