31041 – História da Idade Moderna

E-Folio A

2012

Em 1291, com a queda de S. João de Acre, o tempo das cruzadas chegara ao fim. Elas tinham actuado como um instrumento essencial para a queda do sistema feudal na Europa, ao abrirem caminho ao incremento da navegação no Mediterrâneo, propiciando a modernização das práticas comerciais e o consequente fortalecimento duma classe burguesa. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentava consideravelmente e a Europa conhecia novos produtos. Os contactos culturais estabelecidos com o Oriente tiveram um efeito tão estimulante no Ocidente, que se pode afirmar terem aberto o caminho para o Renascimento. Mas, a sociedade dita trinitária, caracterizada por uma estratificação por Ordens …exibir mais conteúdo…

Nessa altura, cobiçava-se o imenso património da Igreja, e a ambição de monarcas e nobres ávidos em anexar às suas terras as grandes e ricas propriedades da Igreja, deixava marcas indeléveis na política nacional. Pressentia-se que algo iria acontecer. A ruptura era eminente e, a Reforma Religiosa surge como a quebra natural da unidade da Igreja na Europa Ocidental, originando diversas ‘Igrejas’ colaterais. Essas diferentes ‘Igrejas’ aboliam assim o monopólio religioso de uma Igreja Católica medieva, conduzindo rapidamente a alterações em todas as classes sociais. Mas estava-se já no Renascimento! Assistia-se ao entendimento da vida pelo racionalismo, atribuindo-se uma nova dimensão ao Homem face às crenças e à visão limitada que a Cristandade sempre promoveu. A imprensa tornava a Bíblia acessível a um número cada vez maior de leitores e criou os espaços necessários ao debate dos textos sagrados. Porque mais esclarecida, esta nova sociedade tinha já um poder de questionamento e discussão muito superior. Por outro lado, a vida clerical plena de ostentação, luxos e quebra de regras acabou por determinar um afastamento perigoso por parte dessa mesma sociedade, relativamente às escrituras e dogmas da Igreja. A ruptura religiosa interessava de sobremaneira às monarquias europeias, pois era do interesse dos monarcas chamar a si o