Influência da ooforectomia na variação ponderal em ratas jovens e adultas

Enviado por Andy Petroianu


 

RESUMO

Para avaliar a influência do tempo de ooforectomia na variação ponderal, foram utilizadas 60 ratas, divididas em dois grupos (30 em cada grupo): Grupo A – jovens; e Grupo B – adultas. Os animais de cada grupo foram subdivididos em três subgrupos: Subgrupo 1 – controle (n= 6); Subgrupo 2 – laparotomia (n= 6); Subgrupo 3 (n= 18) – ooforectomia total bilateral. Os animais foram pesados semanalmente durante 13 semanas e os resultados foram avaliados pelo teste t de Student, com significância para p<0,05. As ratas ooforectomizadas tiveram ganho ponderal maior do que as demais, sendo a diferença significativa a partir da 11ª semana no Grupo A e 9ª semana no Grupo B, persistindo até o fim do experimento. No presente trabalho, a ooforectomia bilateral em ratas relacionou-se com maior ganho ponderal, independente da idade dos animais.

Descritores: Ooforectomia; Peso corporal; Hormônios femininos; Rata adulta; Rata jovem

ABSTRACT

To assess the effects of oophorectomy on body weight, 60 adult female rats were divided into two groups (30 in each group): Group A – young rats; Group B – adult rats. The animals of each group were divided intro three subgroups: Subgroup 1 (n= 6) – control; Subgroup 2 (n= 6) – laparotomy; Subgroup 3 (n= 18) – bilateral oophorectomy. The weight of the animals was weekly assessed during 13 weeks and the results were compared by Student t test, with significance for p<0.05. The oophorectomized rats presented higher weight gain than those of the other groups. The difference was significant after eleven weeks, in Group A, and nine weeks, in Group B, until the end of the experiment. In the present work, bilateral oophorectomy in rats was related to higher body weight, independent on the age of the animals.

Keywords: Oophorectomy; Body weight; Ovarian steroids; Adult female rat; Young female rat

 

OS EFEITOS DOS ESTERÓIDES SEXUAIS femininos vêm sendo pesquisados na literatura, porém devido às suas complexidades, ainda não há consenso sobre a totalidade das funções ovarianas, que necessitam de maiores estudos sobre as diversas interações endócrinas com o metabolismo corpóreo. Vários trabalhos descreveram perda da função ovariana devido a procedimentos cirúrgicos, radioterápicos e quimioterápicos (1), além de quadros infecciosos pélvicos graves com comprometimento funcional dos ovários (2). A privação dos hormônios ovarianos acarreta distúrbios endócrinos e funcionais (3), tais como disfunção sexual, perda da libido, maior risco de osteoporose e de doenças cardíacas, níveis alterados de lipoproteínas, entre outros (4).

A relação entre os esteróides ovarianos e o ganho ponderal foi postulada por vários autores (5,6). Sabe-se que, a partir da terceira década de vida, o organismo humano inicia uma fase de declínio das capacidades funcionais, principalmente em mulheres após a menopausa, que tendem ao aumento da gordura corporal e queda do metabolismo basal. Como conseqüência, a mulher apresenta uma tendência a ganho ponderal maior (7). No período do climatério, ocorre um acréscimo de 800g a cada ano ao peso corporal. Questiona-se a influência de diversos fatores, como o efeito direto da privação hormonal ovariana, fatores psíquicos, entre eles as alterações de humor e quadros depressivos, freqüentes no climatério, além de sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, entre outros (8,9).

Os estudos relacionados ao ganho ponderal e obesidade são bastante complexos. A obesidade é genericamente definida como uma doença progressiva, caracterizada por excesso de gordura corporal, resultando em prejuízos para a saúde (10,11). Muitos fatores estão envolvidos na patogênese dessa afecção, incluindo controle do comportamento alimentar, mecanismos de armazenamento de gordura, regulação do aporte de energia e do gasto energético, bem como influências genéticas e psicológicas (12). O ganho excessivo de peso foi identificado como agente envolvido no risco para diabetes do tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, dislipidemia, comprometimento da função respiratória, entre outras moléstias que contribuem para reduzir o tempo de vida (13,14). Mulheres obesas apresentam maior incidência de doenças, tais como varizes dos membros inferiores, asma, hemorróidas, infertilidade, além de menor sobrevida ao câncer de mama, endometrial, cervical, ovariano e da vesícula biliar (15-17).

Na literatura, a relação entre hormônios femininos e variação ponderal em modelo experimental vem sendo pesquisada. Szabo e cols. (18) descreveram ganho ponderal em gatas ooforectomizadas (17), o mesmo observado por Melton e cols. (19), em ratas. Com o advento da terapia de reposição hormonal, indicada para mulheres com falência ovariana, a discussão sobre obesidade e privação estrogênica vem sendo mais freqüente (20,21). Com a descoberta da leptina, um hormônio regulador da obesidade, questiona-se sua possível interação com os hormônios ovarianos (22-24). A diminuição dos níveis de leptina após ooforectomia provoca ganho ponderal em ratos (25,26).

Diante da importância dos fatores de risco causados pela ooforectomia e sua possível relação com a obesidade, o presente estudo teve o objetivo de avaliar a influência da época da privação dos hormônios femininos, precoce ou tardia, na variação ponderal, em modelo experimental. Tendo em vista os distúrbios endócrino-metabólicos que ocorrem na fase inicial da vida e que repercutem de maneira diferente aos encontrados em adultos, acreditamos justificar-se o estudo comparativo entre animais jovens e adultos.

 


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